Com a cabeça lá na frente
Carpini precisa aproveitar tempo para arrumar a cozinha
Tempo de sobra para tentar se ajustar e também pensar no que vem pela frente, não só em 2024. Assim tem sido os últimos dias na Toca do Leão. A nove jogos de saber qual será o seu caminho em 2025, o Vitória tem focado em suas prioridades, seja em caso de um próximo ano com foco na consolidação na elite ou de uma novo esforço para retornar à primeira divisão. A bola da vez é o atacante Alerrandro, muito contestado por parte da torcida, mas que tem entregado muito em campo.
Artilheiro do clube na temporada com 13 gols, o camisa nove voltou a ser protagonista com o golaço que garantiu um importante ponto diante do Atlético-MG, em Belo Horizonte, no último final de semana. Uma pintura, com um repertório diferente do espetáculo de bicicleta em outro 2x2 com um adversário mineiro, mas diante do Cruzeiro. Dessa vez o atacante mostrou explosão, controle de bola, drible e categoria para surpreender a todos que assistiam uma partida que ao final do primeiro tempo se mostrava desastrosa para o Rubro-negro.
Antes de falar na reviravolta do jogo em Minas, vale estender a conversa mais um pouco sobre Alerrandro, atleta que o Vitória busca a permanência para 2025. Para tal a diretoria rubro-negra já abriu conversas com o Bragantino, clube ao qual o atacante pertence. A tentativa de renovação passa por uma compensação financeira a ser paga ao time de paulista, que segundo o presidente do Vitória, Fábio Mota, também tem interesse em atletas do Leão.
Desse caldo aí, de imediato, o Vitória busca conseguir a liberação de Alerrandro para atuar contra o próprio Braga, no dia 19, no Barradão. Cedido por empréstimo até o dia 30 de dezembro, Alerrandro só pode atuar contra o Bragantino mediante o pagamento de uma multa de R$ 1 milhão, possibilidade já descartada pelo Rubro-negro. Enquanto a participação do atacante é dúvida, Carpini trabalha para fazer o Vitória ser competitivo contra o time paulista independentemente da participação do artilheiro da equipe no Brasileiro, com sete gols em 26 jogos – o atacante ainda contribuiu com quatro assistências.
Utilizei o termo “competitivo” por que este é o primeiro obetivo de Carpini desde que chegou ao clube, que sequer conseguia tal feito antes da sua chegada. Em uma árdua campanha de recuperação no Brasileiro, o Vitória conseguiu competir de igual para igual em alguns momentos e outros não, como no primeiro tempo contra o Atlético-MG, que abriu 2x0 com facilidade e podia ter feito mais. O tal competitividade foi encontrada no segundo tempo com um ajuste para a formação com três zagueiros, que não era um plano de jogo do treinador.
Passou a ser após a equipe ser amassada por 45 minutos, deu certo e pode ser mantida para o referido duelo com o Bragantino. Pelo menos essa é a expectativa que ficou após um jogo em que o Vitória terminou tendo a possibilidade da vitória em um lance de Matheuzinho cara a cara com o goleiro. Não aconteceu, a equipe voltou para a zona de rebaixamento, mas caso faça o dever de casa, tem boas chances de sair e puxar o Bragantino em defitivo para a briga contra o rebaixamento – em caso de vitória a diferença entre os dois times cai para dois pontos.
Projeção otimista que para dar certo é fundamental, antes de tudo, um ajuste defensivo do Vitória, com a segunda pior defesa da Série A, com 47 gols sofridos. Com dois ou três zagueiros Carpini precisa aproveitar esse tempo para arrumar a cozinha. Só assim será possível a salvação.