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Coluna Ricardo Feltrin

Por feltrino63@gmail

ACERVO DA COLUNA
Publicado domingo, 28 de agosto de 2016 às 10:56 h | Autor: feltrino63@gmail

Jogos do Rio mostram força e tamanho da TV no Brasil

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Encerramento Olimpíada no Maracanã
Encerramento Olimpíada no Maracanã -

Um mundo de colunistas, especialistas e intelectuais têm passado os últimos anos clamando em prosa e verso sobre as "novas mídias", os "novos veículos", as "redes sociais". Uso aspas porque essas coisas já viraram, ao menos para mim, mais ou menos como umas entidades sobrenaturais. Elas têm vida própria, quase posso sentir a respiração.

Hoje, quando ouço um repórter ou uma matéria falando sobre "mídias sociais", imagino que elas devam se parecer com um pokémon.

Brincadeirinha à parte, eu sei que é impossível não reconhecer como essas novas formas de comunicação e, principalmente, de manifestação, mudaram nossas vidas para sempre.

Alguns neurocientistas garantem que o atual uso, digamos, heavy metal de smartphones e outros devices (dispositivos, aparelhos etc.), e por tantas horas por dia, como temos visto e vivido, provavelmente já está mudando a configuração, as sinapses e a fisiologia do cérebro humano.

Para o bem ou para o mal, estamos numa viagem tecnológica, física, intelectual e anímica sem volta.

Mesmo assim, preciso lembrar a todos que há um velho móvel na casa da gente que ainda tem mais influência em nossas vidas.

Apesar de sua idade avançada, já com 70 anos, esse aparelho (ou device) não parece temer concorrentes. Chama-se televisão. Que em latim significa "visão de longe" (tele visione).

Pois quem não foi à Rio 2016, quem não pôde estar presente em uma de suas arenas nas mais de duas semanas de competições, ainda assim conseguiu sentir a "vibração" do esporte em quase toda sua plenitude graças a esse aparelho com o qual você "vê de longe". E sente.

Somente a abertura da Rio 2016 foi vista em todos os canais de TV (abertos e fechados) por 30 milhões de brasileiros, e isso somente nas 15 maiores regiões metropolitanas. Ou seja, sem contar todas as outras mais de 5.000 cidades que compõem outras inúmeras regiões metropolitanas do país não mensuradas pela Kantar Ibope.

Ok, internet está "bombando", como se diz, todo mundo está ou postando selfie ou tagarelando sobre cada segundo da própria existência nas tais "redes sociais" (sorry, sempre com aspas); e você pode até estar enfurnado num carro ouvindo uma emocionante transmissão de Brasl x Alemanha no rádio, mas nada, nenhum veículo ou aparelho pode desencadear reações tão físicas e emocionais quanto uma televisão.

É bacana ver gol na TV

Algum de vocês queridos leitores de A TARDE já experimentou ver gols da rodada no celular? É bacana, ok, legal, sem mimimi, mas assista a esse mesmo gol numa TV de 42 ou mais polegadas, com som surround. Não tem comparação, gente.

No caso dos esportes olímpicos isso é ainda mais notável - porque só a TV dá ao nosso cérebro noção de profundidade, além das ondas sonoras e de som ambiente já no limite da percepção humana.

É verdade, pouca gente sabe, mas uma TV de última geração já transmite seu som praticamente no limite da qualidade que nosso aparelho auditivo permite. É possível sentir o estádio, o público, a batida de uma bola num pênalti, o "uuuuh" da torcida quando a bola passa triscando a trave...

Uma estimativa nas 15 maiores praças metropolitanas do país feita pela Kantar Ibope (inclusive, claro, a linda Salvador) mostra que mais ou menos 70 milhões de pessoas nessas regiões viram alguma modalidade da Rio 2016 em um aparelho de TV.

Fora outras dezenas de milhões em outros locais.

Acho que não resta dúvidas que, a despeito da crescente presença da internet em nossas vidas, a televisão continua sendo a grande paixão nacional, detentora de quase 80% da verba publicitária gasta no Brasil.

Convenhamos, não podemos dizer que isso é injusto. A TV ainda será por muito tempo a grande vitrine do Brasil.

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