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Coluna Ricardo Feltrin

Por [email protected]

ACERVO DA COLUNA
Publicado domingo, 29 de janeiro de 2017 às 17:16 h | Autor: [email protected]

Perdendo público em casa, TVs fazem de tudo para entrar no seu celular

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Utilização do smartphone para assistir aos programas da TV aberta ainda é muito pequeno
Utilização do smartphone para assistir aos programas da TV aberta ainda é muito pequeno -

No último dia 25 de dezembro eu publiquei em minha coluna no UOL (parceiro de A TARDE) uma péssima notícia para as TVs abertas. A saber, que o índice de pessoas que assiste à programação das TVs em aparelhos celulares ou outros dispositivos móveis é tão pequena, mas tão pequena que a Kantar Ibope mal consegue medi-la.

Por que é uma notícia tão ruim?

Olhem à sua volta na rua, queridos leitores, e vejam quantas pessoas estão com os olhos colados em seus celulares, arrastando o dedinho na tela de lá pra cá… Pois é, sabem quantas dessas pessoas estão ali olhando algum conteúdo da TV aberta? Quase zero. Esse é o problema.

No Brasil existem quase 170 milhões de smartphones, segundo pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (abril de 2016). As pessoas passam em média 3h40 por dia navegando no aparelho. Para efeito de comparação, em 2012 essa média era de 1h18. Ou seja em quatro anos o chamado “time spent” (tempo gasto) das pessoas

em seus celulares mais que

triplicou.

Já o “time spent” com a TV está meio que estagnado nos últimos anos. Nós brasileiros passamos em média 6h10 horas por dia diante da TV, segundo dados do Ibope.

Então era questão de tempo para que as TVs começassem a se preocupar em criar esses aplicativos “play” (os quais já falamos aqui) com o objetivo de reproduzir também na telinha dos smartphones o que elas exibem na nossa TV de casa.

Resultado até o momento? Pífio.

Motivos: as pessoas usam celulares para fazer fotos, navegar em noticiário, postar opiniões e gracinhas nas redes sociais, até mesmo usá-los como calculadoras. Mas, quase não os usam para assistir TV aberta, salvo uma partida de futebol decisiva a caminho de casa, no transporte público; salvo um último capítulo de novela. E ainda assim esse universo de usuários é minúsculo.

Para tentar atrair esse imenso público consumidor e telespectador, as emissoras tentam criar um chamariz. A Globo, para variar, saiu na frente. Em 2015 criou um aplicativo em que as pessoas poderiam ditar os rumos de um programa de humor, o Tomara Que Caia. Foi um fracasso.

No ano passado, o seriado de suspense-horror Supermax também começou a ser exibido primeiro nos aplicativos, e só depois chegou à TV. Foi outro fiasco.

A Globo não desiste, porém. Na semana passada os telespectadores ficaram sabendo quem eram os concorrentes do BBB17 ao mesmo tempo pela TV e pelo aplicativo, num claro exemplo daquilo que é chamado de “cross media”.

Provavelmente não há nenhum produto que favoreça mais o uso do celular do que o BBB. Mas ainda teremos de esperar para ver os resultados.

No aplicativo Globo Play, por exemplo, você pode assistir à quase toda a programação de forma gratuita e em tempo real (filmes e séries estrangeiras não são exibidos).

O SBT está caminhando nessa área também. Em alguns de seus programas já há ações de cross media com o aplicativo da casa, que é gratuito. Já a Band tem, além de seu aplicativo gratuito, transmitido alguns de seus telejornais pelo Facebook, em uma espécie de “se você não pode com eles, junte-se a eles”.

Nesse ponto a Record ainda parece estar num mundo paralelo (e fantasioso). Seu aplicativo exige o pagamento de R$ 10,90 por mês. A emissora não revela os números de “inscritos” mas parece ser um crasso erro corporativo e, claro, sem audiência.

Isso sem falar num outro ponto técnico e tão importante: ate o momento, assistir TV em seu smartphone é um forma rápida de esgotar a bateria de boa parte dos aparelhos.

Se as TVs terão sucesso um dia, se vão atrair gente que queira realmente ver sua programação em um telefone? Não é possível responder, mas certamente melhorar a qualidade de seus programas deveria ser o primeiro passo.

Sim, elas estão preocupadas em atrair pessoas para dispositivos móveis, mas enquanto isso continuam a perder público também dentro de casa.

Perguntar ofende?

A TV por assinatura está completando 25 anos de Brasil e hoje lamenta estar perdendo assinantes. Tá, mas vejamos: por que até hoje não há uma única operadora que permita ao assinante montar um pacote de canais de acordo com sua vontade? Por que elas continuam nos obrigando a receber um monte de lixo junto com os canais que realmente queremos? Com a palavra, as operadoras.

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