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Bem, a reta é de chegada

Publicado terça-feira, 30 de setembro de 2014 às 08:41 h | Atualizado em 30/09/2014, 08:41 | Autor: .

Para os brasileiros que esperam das eleições de domingo mudanças e menos corrupção, esta será, sem dúvida, uma semana nervosa, marcada pela incerteza sobre o que estará reservado ao país nos próximos quatro anos.

Até quinta-feira, último dia da propaganda eleitoral em rádio e tevê, além dos debates entre os candidatos, continuará o confronto entre eles, tanto na campanha presidencial quanto na estadual. E, seguramente, mentiras, muitas mentiras envoltas nas promessas eleitorais.

No domingo último à noite, no debate da Record entre os candidatos presidenciais, ouviu-se Dilma Rousseff dizer que "eu combato a corrupção". Verdade? Não, mentira.
O confronto foi marcando pelos escândalos que envolvem a Petrobras na sua gestão (incluindo a de Lula).

De tal maneira a petroleira centralizou o debate que os petistas diriam depois, segundo a Folha, que "as denúncias fulminaram a legenda em São Paulo, Paraná e Rio de Janeiro".
Já aqui na Bahia, onde a Petrobras praticamente nasceu, o escândalo passou ao largo. O fato denota que a Bahia já não tem o status nacional de antes, embora seja o quarto colégio eleitoral do país.

A campanha ao governo baiano ficou nas franjas, nas bordas, e teria mesmo que ser assim porque a esperança é que a Bahia possa imprimir, com a eleição, a aceleração no seu processo desenvolvimentista e passe a ter melhor destaque no país.

Tão pobre está em importância que já não é representada sequer por um ministério de peso, numa gestão inflacionada por 39 deles. Mesmo assim, é aqui e na região que o PT vem garimpar a sua cesta de votos, em troca da bolsa-família.

A pobreza poderá definir a eleição presidencial favorável a Dilma, cujo partido já não conta com o apoio do Sul/Sudeste, com reconheceram os petistas ao dizer que "as denúncias fulminaram a legenda", como está posto no segundo parágrafo deste comentário. O final da campanha eleitoral no estado oferece sinais eletrizantes, como acontece também em relação às eleições presidenciais.

O confronto se dará entre Paulo Souto e Rui Costa e será em torno deles que as expectativas se concentram. Estamos diante de uma semana da qual se pode esperar de tudo, para um lado ou para o outro.

Mais uma vez, até esta quarta-feira, as pesquisas (se não errarem) sinalizarão. A partir da divulgação dos seus números, teremos de quinta a sábado, três dias tensos, para os candidatos e para aqueles que gostam de política, mesmo que seja apenas para torcer, para um lado ou para o outro.

A campanha baiana é certamente a mais empolgante desde o fim do carlismo. A primeira vitória de Wagner, em 2006, surpreendeu ao derrotar o então governador Paulo Souto.
A sua importância está na surpresa e no fim de um ciclo que marcou gerações. A reeleição foi como sempre assim o é, consequência do exercício do poder.

Agora, no domingo que se aproxima, teremos outra realidade. Após a reeleição para os executivos, que se deu no governo Fernando Henrique Cardoso, os mandatos têm sido de oito anos. Primeiro com o próprio FHC, depois com Lula e pode acontecer com Dilma. No estado, Wagner manteve a regra.

A importância para os baianos é que a eleição será forçosamente de renovação. Com Paulo Souto, em outra etapa da sua vida pública, ou com Rui Costa dando sequência ao petismo.

Que me perdoe Lídice. Se for você a eleita, a culpa será das pesquisas e por eu não ler mais cartas do tarô, como tentei em outros tempos.

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