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Samuel Celestino

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ACERVO DA COLUNA
Publicado Sunday, 14 de December de 2014 às 14:29 h | Autor: .

Corrupção até na FAB

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Não deve haver espanto com a agilidade da Justiça em relação aos 36 indiciados na Operação Lava Jato, entre empreiteiras, pessoas físicas, além de diretores e funcionários da Petrobrás. A Justiça brasileira não mudou, longe, mas muito longe disso. Continua morosa como sempre foi. O que mudou foi a realização, em esforço conjunto, do Ministério Público, Polícia Federal, Procuradoria Geral da República e, sobretudo, um, nada além do que um, juiz: Sérgio Moro, da Justiça Federal do Paraná.

Ele é que está no comando dos procedimentos que levaram aos indiciamentos e a probabilidade de os indiciados, se condenados, terem sentenças que podem chegar a 100 anos de prisão. Vem mais aí, e não há como demorar, para o indiciamento das "excelências", senadores e deputados federais, além de políticos de variadas espécies, envolvendo, segundo se propala, também governadores, o que provavelmente desmontará o Congresso Nacional quando os nomes da corja aparecerem nas manchetes da imprensa. Das quais, aliás, muitos deles já estão acostumados em ter seus nomes e fotografias expostos.

Presume-se que serão três dezenas deles. Outros supõem que o número (de parlamentares) chegará a 70, o que será, se tal acontecer, uma festa para a democracia.
Naturalmente se houver cassação e suspensão de mandatos. As divergências sobre a quantidade dos corruptos são explicadas porque ainda incertas. Dependerá do pente-fino, por conta do juiz Moro, do Ministério Público e da Procuradoria Geral da República. O trabalho conjunto levou a uma decisão que separou por agrupamentos para não misturar quem tem foro privilegiado - os parlamentares - com empresários e corruptos de variadas profissões (empreiteiros, empreiteiras, diretores da estatal, funcionários da Petrobras, etc.).

Enfim, corruptos de profissão, mas de formação diversificada. Moro teve tal clarividência porque, se misturasse alhos com bugalhos, o seu trabalho poderia desabar. Os envolvidos são de "gêneros" diferenciados: os que têm privilégio de foro serão julgados pelo Supremo Tribunal Federal, cuja demora já é aguardada, tal como aconteceu com os mensaleiros.

Fora os parlamentares, os demais, muitos já indiciados, responderão por seus crimes com maior agilidade, porque ficarão submetidos à responsabilidade da Justiça Federal. Se as penas da Justiça Federal forem ao teto de 100 anos de condenação, o STF terá, pelo menos, um parâmetro para as suas condenações.

Espera-se que, desta vez, com agilidade. Ainda nesta semana que chegou ao fim, a Câmara dos Deputados deu pelo menos um indício que não terá complacência com a corrupção, ao cassar, no plenário e por votação além da que se esperava, o mandato do deputado André Vargas.

Este teste, que ainda não atingiu o deputado baiano Luíz Argôlo, leva a crer que não haverá complacência no julgamento pelo Congresso dos parlamentares - deputados e senadores - que receberam propinas das empreiteiras e dos diretores da petroleira afastados.

Como a relação dos nomes dos políticos tende a ter mais repercussão do que os agentes das empreiteiras envolvidas, muito provavelmente o fato irá colocar o novo Congresso renovado em xeque.

Os parlamentares eleitos pela primeira vez nas últimas eleições não terão razão para poupar os corruptos, deputados ou senadores.

Pelo contrário, vão procurar, a partir da renovação, transmitir uma nova imagem para o Congresso Nacional, porque os novos não terão compromisso com os corruptos que serão expostos.

Presume-se que preferirão ficar distanciados para que a representação que passarão a ter tenha o respeito dos brasileiros. Enfim, quanto mais houver limpeza melhor, porque a imagem do país no exterior no momento é uma das piores. Além da imagem, ninguém quer transferir investimentos para cá, por saber que só se faz negócio em Pindorama mediante propina.

Aliás, na sexta-feira última surgiu nos Estados Unidos informação na mídia sobre corrupção até na Força Aérea Brasileira, a FAB, numa relação no mesmo nível praticado pelas empreiteiras, no caso com a empresa americana Dallas. É o fim da picada.

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