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Dilma avança

Publicado quinta-feira, 25 de setembro de 2014 às 08:08 h | Atualizado em 25/09/2014, 08:08 | Autor: .

A julgar pelas últimas pesquisas de opinião, está definido o primeiro turno das eleições deste ano: muito dificilmente, embora nada seja impossível, a ex-senadora Marina Silva (PSB) terá forças - e votos - para alcançar a presidente Dilma Rousseff (PT), que tenta a reeleição.

Já Aécio Neves, mesmo com seus esforços e movimentações no país, estará fora do segundo turno. E longe da presidência.

A não ser que surja um fato extraordinário, mas muitíssimo extraordinário, que o faça ultrapassar Marina, que tem perdido pontos nas pesquisas recentes.

Neves praticamente estancou. Dilma avança. Os escândalos recentes que envolveram o PT foram insuficientes para colocar uma pedra à frente do seu caminho.

A grande interrogação passa a ser o segundo turno, onde as duas candidatas estão, por ora, empatadas numericamente (segundo o Ibope).

Até a eleição em primeiro turno é provável, senão certo, que a petista ultrapassará Marina com larga margem.

Já na segunda etapa para decidir a presidência, Marina adicionará algumas vantagens que a beneficiará, a começar por estabelecer a igualdade no tempo que ambas terão durante a propaganda eleitoral.

As candidatas do PT e do PSB passarão a ter o mesmo tempo para atacar e se defender, diferentemente do primeiro turno onde Marina perde por 11 m contra 2 m.

Ademais, os votos do primeiro turno de Aécio Neves irão migrar para uma das candidatas. Há grande possibilidade que Marina Silva seja a beneficiária, a herdeira e receptora dos votos, na medida em que há um conflito que marca PT e o PSDB. As legendas não se bicam de maneira alguma. São divergentes. Estão em constante litígio.

Parece ser - só parece - que a tendência dos eleitores de Aécio é migrarem para Marina Silva e não para Dilma.

Há um fato que deve também ser marcante: o PT deverá perder estados importantes, dentre eles o Rio Grande do Sul, com a candidata Ana Amélia (a não ser que haja uma reviravolta); o Paraná, praticamente já perdido; São Paulo, onde, curiosamente, o PT não tem a menor chance e a cada dia fica menor no estado; o Rio de Janeiro é uma incógnita, mas é possível que a maioria dos seus votos seja para o PSB.

Minas Gerais, de Aécio Neves, é uma incógnita; a Bahia, se continuar com a primazia de Paulo Souto, poderá, mesmo assim, caminhar para Dilma em função do interior, mas não com a força esperada. Pernambuco será todo de Marina, os demais estados do Nordeste ficarão com Dilma, assim como o Norte.

Brasília deve acompanhar Marina; e o Centro-Oeste provavelmente penda para a candidata petista.

O segundo turno, vê-se, será um fato novo. Aqui na Bahia, apesar do recente escândalo patrocinado por Dalva Sele Paiva, dona do Instituto Brasil, não se sabe ainda o que acontecerá.

Souto permanece à frente, mas o PT e Rui Costa não se dão por mortos, muito pelo contrário. As circunstâncias podem mudar, como aconteceu com a vitória de Jaques Wagner em 2006.

Há um diferencial. Naquela época, Lula dobrava o seu mandato para oito anos e, naturalmente, entre o carisma de Lula e o de Dilma existe uma diferença abissal.

Dilma Rousseff é desprovida de qualquer carisma. É um personagem duro, desconcertado, sem comunicação. Fazer campanha ao lado de Lula é uma coisa, ao lado de Dilma é outro, embora o ex-presidente tenha estado presente na campanha da Bahia. Leve-se em consideração, porém, que o Lula de 2006 era um e o de agora, depois do governo de Dilma Rousseff, sua cria, é outro. Absolutamente diferente.

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