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Escândalo no Planalto

Publicado quinta-feira, 07 de agosto de 2014 às 09:22 h | Autor: Samuel Celestino

Pronto. O que não se imaginava que fosse possível acontecer emergiu à luz.

Atinge em cheio o Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff, o ministro Ricardo Berzoini, de Relações Institucionais, o seu segundo, o secretário Executivo Luiz Azevedo, e mais um assessor do ministro, Paulo Argenta.

Este último apareceu com destaque na denúncia da revista Veja sobre o jogo realizado para fraudar a inquirição de ex-diretores da Petrobras, entregando-lhes perguntas que seriam feitas por senadores da base aliada do Planalto na CPI da estatal, e as respostas que deveriam ser dadas.

Atinge, ainda, o ex-presidente da petroleira, José Sergio Gabrielli, a atual presidente da estatal, Graça Foster, e o ex-diretor de Relações Internacionais, da Petrobras Nestor Cerveró.

Todos devem estar a se retorcer diante de uma situação que já não necessita mais de Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) para chegar às mazelas da estatal, porque o mal que a ela fizeram está feito.

Em manchete de primeira página, edição desta quarta, 6, a Folha de São Paulo põe a nu a estratégia - e os estrategistas - no indecente esforço para blindar a presidente Dilma Rousseff e, também, Graça Foster.

A presidente Dilma experimenta um momento ruim do seu mandato.

Tudo foi feito para não permitir que, em ano eleitoral, ela fosse alvejada pelos adversários.

Está aí o acontecido, justo num ministério que funciona dentro do Palácio do Planalto, comandado por um membro do alto escalão do PT, Ricardo Berzoini.

O desgaste que o escândalo pode causar na campanha eleitoral para a reeleição da presidente é de difícil suposição. Em São Paulo, onde ela tem grande rejeição, o efeito deve ser quase imediato, ainda escrevendo dentro das suposições possíveis, mas em outros estados, principalmente no Nordeste, certamente demorará.

A verdade é que a denúncia da Veja foi apenas um iceberg do que agora vem à tona a partir dos trabalhos elucidativos feitos pelos dois principais jornais paulista, a Folha e o Estado de São Paulo, e, na semana anterior por O Globo, com ampla repercussão na mídia televisiva.

Até fechar esta coluna, o Palácio do Planalto ainda não havia se pronunciado sobre a questão, porque é mesmo difícil fazê-lo. Há muitos furos dentro próprio governo, onde o caso esta na pauta número um, assim como nos meios políticos e empresariais.

A presidente talvez esteja a pagar um preço na medida em que os assessores e figuras envolvidos foram nomeados por ela, menos o ex-presidente José Sérgio Gabrielli que ela demitiu, mas foi nomeação feita por Lula.

Quando a estratégia foi concebida, provavelmente no mês de maio, como se informa, o alvo era matar as CPIs da Petrobrás, de modo a não perturbar a campanha da reeleição de Dilma, que não se sabe se fora informada do que era planejado dentro do Planalto de onde conduz o País.

A blindagem palaciana deu nisso. Em campanha, Dilma já foi atingida, assim como os ex-diretores da Petroleira, que estão no alvo do PSDB que anuncia uma denúncia a ser feita na Advocacia Geral da União.

Pretende punições a Graça Foster, José Sérgio Gabrielli - que está imerso no inferno astral - e a Nestor Cerveró.

Promessas de campanha

Creio ser coisa do atraso as promessas que os candidatos ao governo da Bahia, principalmente Rui Costa e Paulo Souto, fazem em cada município que passam.
O estado da Bahia tem 417 municípios, incluindo Salvador. Se em cada um deles (se eles conseguirem ir a todos) fizerem as promessas que transferem à mídia em forma de release de seus assessores, seguramente não terão memória para lembrar-se de todas e, mas uma vez, cometem o erro que os eleitores estão cansados de saber. O que se promete não se cumpre.

Além do mais, observa-se que fazem caça aos prefeitos de partidos rivais, na expectativa de trazê-los para apoiá-los.

O mais interessante não é somente isso, porque o prefeito pode prometer o apoio, mas não cumprir.

É que, se as promessas surgem dos dois lados, empata-se. Quem chegar ao governo também não cumpre.

Trata-se de um mero jogo eleitoral. Faz parte.

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