“A filha da feiticeira” vira escritora querida
Livro “Parida pela Liberdade” trata de ofensas sofridas por conta de ser filha de uma yalorixá

Uma nova tiragem e as participações bem-sucedidas em festivais literários recentes ampliaram a procura pelo livro “Parida pela Liberdade”, da escritora baiana Ana Cecília Ferreira, ao tratar de ofensas sofridas por conta de sua condição de filha de uma yalorixá (mãe de santo, em tradução aligeirada, do yorubá para o português).
Ana Cecília cresceu em uma casa humilde em Salvador, e contou com a sólida estrutura familiar, para obter o incentivo e investimento necessários, apesar das dificuldades, a fim de ter acesso a uma educação na rede privada, mas foi no contato com a classe média subletrada de Salvador a amarga experiência de ser abusada moralmente, ao tornar-se conhecida como “a filha da feiticeira”.
A publicação vem sendo recebida pelos leitores como uma boa lição de superação diante da intolerância e do preconceito, em fase de recuo no Brasil, com a expectativa pela volta de valores voltados para o bom convívio a partir de janeiro.
Escolhida por Yemanjá, orixá representativa do mar e do acolhimento de tantos filhos e filhas quantas possa proteger, Ana Cecília narra as histórias de dores, desencontro, amores e memórias de família e casa cheia de amigas, amigos e seguidoras de sua mãe como liderança importante do candomblé.
- Foi uma experiência incrível e a realização de um sonho a disseminação afetiva da obra”, descreveu a autora sobre a presença na Bienal do Livro da Bahia e nas Festas Literárias de Cachoeira (Flica) e do Pelourinho (Flipelô).
A divulgação do trabalho de Ana Cecília é uma prova viva da repercussão destes eventos literários, ora em expansão na Bahia, como forma de mobilização educativa de leitoras e leitores de todas as idades, ao acessarem conteúdos de práticas virtuosas de conhecimento, justiça, moderação e coragem.
“Nós achamos que, para além da incompetência, do desgoverno e do completo descaso com as políticas públicas, o governo também agiu com má-fé (...) Eles jogam no colo do governo que assume”
Tereza Campello, ex-ministra, sobre a situação dos programas sociais encontrada pela equipe de transição
Encontro de judocas
Os judocas baianos realizam encontro, organizado por Aloísio Short, conhecido por Serrinha, amanhã ao meio-dia, no restaurante Bambá de Dendê, onde era o Sentollas, em Pituaçu. Tendo ele próprio, Serrinha, contribuído com a educação de várias gerações, desde o trabalho desenvolvido na Academia Shiozawa, na Rua da Forca, nos anos 1970, o evento, seria mais apropriado dizer tratar-se de um reencontro, com o acréscimo da surpresa emocionada de amigos e amigas distantes há décadas.
- A vida é um bem precioso, vamos rever amigos e amigas, as maiores riquezas que temos, pois passamos muito rápido por esta existência, por isso mesmo não vamos perder essa oportunidade. Porque se reencontrar é uma forma de se amar”, disse Serrinha.
POUCAS & BOAS
- Os 35 anos de atividades socioeducacionais desenvolvidas pela Fundação Marimbeta, em Itabuna, estão sendo comemorados com extensa programação que atinge cada um dos Sitios onde mantém atividades pedagógicas e oficinas no contraturno escolar, entre 25 de novembro e 08 de dezembro. Ontem o movimento foi no Sitio II, bairro Fonseca com oficina de violão e entrega dos certificados dos alunos da Oficina de Informática para turmas de crianças, adolescentes e adultos.
- Em Barreiras ainda repercute o lançamento do livro biográfico ‘Itaraju Queiroz Santos, Vida e Legado’, obra organizada pela irmã Marilde Queiroz Guedes e a viúva Kelli Consuêlo Almeida de Lima Queiroz. Falecido há três anos, o advogado e professor do Campus IX da Uneb foi homenageado por familiares, amigos e alunos durante o evento no auditório professora Josefa Lisboa. Vale destacar que ainda durante esta semana a professora Marilde Queiroz Guedes foi agraciada com o título de Cidadã Barreirense, em evento na Câmara de Vereadores.
- A 5ª edição do Yakurinxirê - Festival Percussivo de Mulheres está movimentando Cachoeira e São Félix desde o dia 1º de dezembro com uma série de eventos que serão encerrados no domingo com um cortejo a partir das 10h. Hoje a programação começa com oficina de introdução ao pandeiro com Tamires Leles. De tarde tem ‘Atabaque e toques para Orixás’ com a Ialorixá Rose e à noite show com Iane Gonzaga, seguida da banda Mulheres Percussivas com participação especial da cantora Raissa Caldas.
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