Bruno, da cadeia para a maldição anunciada

Os brasileiros, apaixonados por futebol como são, às vezes nos surpreendem positivamente. Grande parte da crônica esportiva baiana apostava que o goleiro Bruno, acusado de assassinato (ter mandado matar Eliza Samúdio), não teria chances de se reinserir num clube por falta de 'clima'.
Admitamos, por hipótese, que ele fosse contratado por Bahia ou Vitória. No primeiro Ba-Vi veríamos as duas torcidas explodir a Fonte Nova num só cântico:
– Assassino! Assassino! Assassino!
Ao ser anunciada a contratação de Bruno pelo Boa Esporte, os patrocinadores do clube tiraram o time de campo. E é a própria torcida do Boa que também ameaça boicotar os jogos.
Nossos cronistas só erraram nos detalhes. É como se apontassem o favoritismo de um time num jogo e o favorito não só tenha confirmado o prognóstico como ainda goleou.
Bom dia Zé - E por falar em crônica esportiva, José Ataíde, o decano da crônica esportiva brasileira, com 83 anos de idade, ainda hoje na ativa, com o programa Bom Dia Bola, na Metrópole (das 6h às 7h), completou domingo meio século de atividade. Ele ostenta no currículo a transmissão de 12 copas do mundo e 1.270 Ba-Vis, dois recordes.
– E dos Ba-Vis, quem venceu mais?
– Nos tempos de Osório, em que ele fazia muitas mutretas, deu 70% Bahia. De Ney Ferreira para cá, o Vitória começou a reverter.
Olho na febre
O deputado Paulo Azi (DEM) está cobrando do governo vacinação em massa da população baiana contra a febre amarela.
Ele diz que a Bahia faz divisa com Minas e Espírito Santo e o caso registrado em Alagoinhas justifica a ação:
– O Rio de Janeiro, com as dificuldades que passa, está fazendo, por que nós não?
É um tema que não tem de minha parte nenhuma condescendência (...) porque implica parceria espúria do poder econômico e do poder político
Duvido que um deles tenha coragem de dizer que Lula pediu 5 centavos
Homenagem prévia
Chitãozinho, que agora vai implantar um megaempreendimento imobiliário em Camaçari, por coincidência em 2014 rodou o Brasil numa turnê bancado pela Ford, junto com Xororó, a bordo de um Ford Edge.
A placa era de Camaçari, por causa da fábrica da Ford lá, o que causava muita curiosidade. E quando perguntavam por que, ele saía com essa:
– É que eu sou nordestino, amigo. Eu amo o Nordeste, daí a homenagem.
Mera coincidência, agora vai investir lá.
No Morro de São Paulo - E tudo indica que os investimentos de Chitãozinho na Bahia não vão se limitar a Camaçari.
Ele saiu de lá rumo a Morro de São Paulo, em Cairu, para inspecionar uma área que lhe foi oferecida. Pode rolar.
Tristeza em Dom Macedo
Se é que fazer caridade a vida inteira sem olhar a quem lava a alma, Edvaldo Oliveira Souza, ex-vereador, ex-presidente da Câmara, ex-prefeito e eternamente amado em Dom Macedo Costa, chegou do outro lado com a ficha limpíssima. Comerciante aposentado, ele partiu sábado, aos 99 anos.
Antes, já tinha sido vereador em Santo Antônio de Jesus representando São Roque do Bate Quente, que em 1962 emancipou-se como o município de Dom Macedo Costa.
Em 2004 elegeu-se vereador aos 86 anos e foi considerado o mais velho do mundo. Em 2008, tornou-se vice-prefeito de Deraldo Pithon, que em 2011, aos 67 anos, morreu. Aos 94 anos, virou o prefeito mais velho do mundo.
No Guinness - Para atestar o título de prefeito mais velho do mundo, amigos procuraram o Guinness Book. Apareceu uma prefeita do Canadá, com 92 anos. Edvaldo Oliveira tirou sarro:
– Essa do Canadá é uma criança...
Edvaldo deixou viúva D. Tereza Leal Vita Souza, 94 anos, nove filhos, 21 netos e oito bisnetos. Entre os filhos, o jornalista Fernando Vita, hoje conselheiro do TCM.
POUCAS & BOAS
José Alves, secretário de Turismo do Estado, embarcou ontem para Portugal (volta sábado). Foi ver de perto e por dentro o Festival Internacional do Chocolate de Óbidos, um dos mais badalados do mundo. Quer ver se adquire a expertise para fazer algo similar em Ilhéus.
A Companhia das Docas da Bahia (Codeba) vai comemorar amanhã (15h30) os seus 40 anos de existência com um culto ecumênico. A Codeba administra os portos estatais de Salvador, Aratu e Ilhéus.
Colaborou: Regina Bochicchio