Guia Xaréu ensina a pesquisar capoeira

Um rabo de arraia certeiro para derrubar o preconceito e as dificuldades da pesquisa da capoeira no ambiente acadêmico rendeu ao professor Hélio Campos, o mestre Xaréu, a conquista do Prêmio Berimbau de Ouro, concedido por academias da arte originária da África sediadas em Salvador.

O cobiçado troféu, organizado há 10 anos, representa um agradecimento e a honra ao mérito da publicação do livro Metodologia Científica: a arte de pesquisar capoeira, inédito em alcance nacional.

A iniciativa de Hélio Campos aumenta de importância quando se verifica a carência de teses de doutoramento sobre o tema, como reflexo do tratamento de exceção conferido à capoeira, ainda hoje, pelos orientadores dos cursos de pós-graduação da universidade brasileira.

– Ao final de cada um dos oito capítulos, oferecemos exercícios didáticos para a prática da construção de um projeto, outro ineditismo deste livro publicado pela Editora da Universidade Federal da Bahia (Edufba) – disse o autor, mestre Xaréu, como é mais conhecido na Bahia da capoeira.

A publicação premiada contém um inventário da luta/dança/arte como cenário de questões metodológicas; os tipos de pesquisa aplicáveis à capoeira; a estrutura de um projeto; a análise de um anteprojeto pronto, entre outros olhares capazes de reduzir a distancia entre a arte popular e o lugar elitista-acadêmico.

Dedicando parte de seu tempo de vida, desde 2015, à coleta de dados para o livro, mestre Xaréu compara o trabalho a um “garimpo”, no qual se encontra a preciosidade das técnicas acadêmicas voltadas para construção de interpretações sobre a capoeira reinventada no Brasil à medida da chegada dos escravizados em 350 anos de viagens de terror nos navios tumbeiros.

Ufba e a imunidade à Covid

Uma autoproclamação de imunidade ao Sars-cov-2, vírus causador da Covid-19, enviado em formulário eletrônico pela internet, é suficiente para estudantes, professores e servidores da Universidade Federal da Bahia (Ufba) serem considerados aptos a frequentar os ambientes acadêmicos. Não há exigência de comprovante de vacinação. Na dúvida, estudantes céticos permanecem utilizando a principal barreira não-imunológica, a máscara, como verificou-se no primeiro e segundo estágios de volta às atividades, respectivamente, o congresso da Ufba e o retorno dos matriculados em disciplinas de segundo semestre em diante.

POUCAS & BOAS

- Com largada às 8h, a 4ª Caminhada Happy Down tem concentração hoje no Vilas Tênis Clube, em Vilas do Atlâtico, Lauro de Freitas, seguindo para o Parque Ecológico, onde será servido café da manhã aos participantes. Com o tema ‘Faça com a gente, não pela gente’, o evento foi adiado da semana passada, por causa das chuvas. A realização é de Cacai Bauer, primeira influenciadora digital com Síndrome de Down do Brasil, do Movimento de Luta das Pessoas com Deficiência e Idosas, da Academia de Letras e Artes de Lauro de Freitas, com apoio da prefeitura.

- Em Juazeiro o memorial Manuca Almeida abriu as visitações para a exposição ‘Palavras’, criada para 2023 pela viúva do artista, Lu Almeida. O espaço cultural Quintal do Poeta foi criado por Manuca e por anos abrigou encontros com amigos artistas. Esta é a terceira edição temática em que ela expõem parte do trabalho do marido, sendo um local de referência para estudantes e interessados na história artística e cultural da cidade. As visitações agendadas pelas escolas tem apoio da Secretaria municipal de Cultura e empreendedores privados.

- Ainda em Juazeiro um encontro para debater as próximas cheias do rio São Francisco reuniu ontem a coordenação da Defesa Civil, do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), do Comitê da Bacia Hidrográfica do Salitre (CBHS), bem como uma representante do Coletivo Enxame e a representante dos moradores do bairro Angari, que é historicamente o mais atingido. O foco é realizar um trabalho preventivo para minimizar os efeitos das enchentes e melhorar a vida dos moradores desta localidade.