Ìlù Obirim: a mulher negra muda a história
Confira a coluna desta quarta-feira

A Cidade da Música da Bahia será palco, amanhã, das 15h às 17h, de um feito inédito: o lançamento da Ìlù Obirim – Regência Feminina e Tambor Ancestral, primeira orquestra sinfônica formada exclusivamente por mulheres negras. Um feito que vai muito além da música: é o som da revolução, da ancestralidade e da insurgência reverberando em corpos que regem não só partituras, mas futuros.
Idealizado pelo Instituto A Mulherada, o projeto afirma uma estética e política do devir negro-feminino, onde o tambor é bússola e o palco, território de memória e reexistência. A orquestra inscreve na paisagem sonora da Bahia um novo tempo, rompendo o silêncio imposto por séculos de sub-representação no universo sinfônico.
Inspirada em figuras como Dandara de Palmares, Maria Felipa e Ana Néri, Ìlù Obirim é símbolo de resistência coletiva.
– Hoje celebramos não apenas a criação da primeira Orquestra Afrosinfônica da Bahia, mas a abertura de um novo tempo – afirma a curadora e maestra da iniciativa, Mônica Millet.
Diretora musical do projeto, Letícia Lima destaca a potência da construção conjunta.
– Estamos formando uma nova linguagem, onde técnica e ancestralidade caminham juntas. É tempo de afinar sonhos – em coletivo, com coragem e consciência.
Levar adiante o legado de Dandara é manter acesa a chama da insurgência; de Maria Felipa, a coragem coletiva; de Ana Néri, o cuidado que se transforma em luta. Ìlù Obirim traduz essas forças em gesto, presença e som. Não é metáfora: é herança viva que ressoa, reinventa e transforma.
Fomentado pelo edital Identidades e Saberes 2025 e pela PNAB Bahia – Edital Mãe Hilda Jitolu, o projeto propõe o novo, com raízes na ancestralidade e olhos ao porvir.
Lentes Livres da Chapada
Interessados em propor ideias para moradores dos cartões postais da Chapada Diamantina têm até o dia 1º/08 para se inscrever no concurso Lentes Livres. A iniciativa da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI) busca apoiar os diamantinenses e avaliar a consistência das propostas apresentadas. Para participar, é necessário enviar um vídeo de até 3 minutos e um texto em PDF de até 3 páginas, ambos sem identificação. As dez melhores ideias serão premiadas com valores entre R$ 1.500 e R$ 9 mil. Inscrições e edital estão disponíveis em: lenteslivres.sei.ba.gov.br; tire dúvidas por email: [email protected]
POUCAS & BOAS
‘A literatura centenária de homens e mulheres do Sul da Bahia’ é o tema da 8ª Festa Literária de Ilhéus (FLI) que tem na programação de hoje entre outras atrações, o Teatro Popular de Ilhéus (TPI) encenando ‘A aventura de Mariá e Murici’, a partir das 16h, na praça Dom Eduardo (da Catedral). A FLI foi aberta ontem, com atividades em espaços voltados para a arte e a cultura na região central da cidade. Contemplado em edital do Programa Bahia Literária, o evento termina amanhã com organização da Comunidade Tia Marita, parcerias e apoios.
Em Lençóis, começa, hoje, a 7ª edição do Festival Estudantil de Artes Cênicas da Bahia (Festac), que começará as atividades na Casa e Memorial Afrânio Peixoto com realização das oficinas ‘Mediação cultural – acesso, escuta e presença’ e ‘Produção cultural. Mão na massa, como transformar uma ideia em um acontecimento artístico?’. Na cidade, o festival prossegue até 10 de agosto com programação variada. Este ano a caravana do Festac passará ainda por Jacobina, Euclides da Cunha e Feira de Santana.
‘Pretagonistas’ é a campanha desenvolvida em diferentes lugares de Alagoinhas para celebrar o Julho das Pretas, desde o início deste mês, com organização da Gerência de Política para Mulheres e Igualdade de Gênero, da Sedes. Ontem um encontro reuniu integrantes do Centro de Convivência da Pessoa Idosa (CCPI) e participantes dos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) das localidades de Boa União, Nova Brasília, Praça do Céu e Mangalô.