Língua libertária tem sotaque afro
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O Instituto Cultural Brasil-Alemanha (Goethe-Institut) promove até amanhã o ciclo de conversas “Falares Crioulos-Dicções”, com a participação de artistas e intelectuais afrodiaspóricos.
“Afrodiaspórico” é como se convencionou referir as influências de origem africana associadas à “diáspora”, sequência de crimes contra a humanidade de duração de mais de quatro séculos, representada pelo sequestro de escravizados.
O debate é conduzido pelo conceito central de “crioulagem”, envolvendo os fluxos linguísticos produzidos pela riqueza resultante da “embolada” de trajetórias de migrações e resistências.
A mediação é do multiartista Diego Araúja, servindo o “Falares Crioulos” como ponto de partida para o desenvolvimento do projeto Os Salitres – 2ª. Crioullage, com estreia prevista para o Ano Novo.
-O Falares Crioulos não é um seminário tradicional, mas uma partilha de dicções, vozes que carregam vivências plurais da diáspora. Interessa-nos pensar que língua é essa que pode nascer dos atravessamentos entre África, Caribe, Brasil e Europa”, afirma Diego Araúja.
Diego acrescentou o viés de “ficção especulativa” na qual intelectuais inspirados pelas lutas de independência nos anos 1960, criam o Congresso de Sal, dedicado à invenção de uma nova língua como terapia para o etnocídio de dominação.
A programação franqueada ao público está prevista para acontecer hoje entre 15h e 18h, enquanto amanhã acontece no período da tarde, a partir de 16 horas.
Dorothée Munyaneza, representando Ruanda, Simone Lagrand, da Martinica e Bonaventure Ndkijung, do Camarões, conferem à programação um perfil internacional.
Contação de histórias
O 4º Festival Baiano Literário de Contação de Histórias acontece neste sábado, no Espaço Stella Maris, e terá como ponto alto o lançamento da Antologia 2025, com sessão de autógrafos marcada para as 16 horas.
O evento busca fortalecer o hábito ancestral de contar histórias, especialmente entre crianças. A coletânea reúne crônicas, contos e poesias de 13 autores de diversas regiões do Brasil, com temas que ultrapassam o universo infantil.
O ativismo literário do festival é conduzido por um coletivo de educadoras e escritoras: Patrícia de Carvalho Melo Silva, Alzira de Castro e Silene Lima.
POUCAS & BOAS
Em Cachoeira repercute a assinatura do Termo de Cooperação para a restauração de imagens sacras da Paróquia Nossa Senhora do Rosário, assinado entre o Ipac (SecultBA) e a prefeitura local. O serviço está previsto para os próximos seis meses, atendendo solicitação da Igreja Católica e da gestão municipal. Tombada pelo Iphan em 1939, a igreja foi concluída em 1750 e terá quatro imagens restauradas, com destaque para as esculturas de Nossa Senhora do Rosário, com 1,59m de altura, e de São José, com 1,64m.
A Mesa de diálogo ‘Lutas e Conquistas das Mulheres Negras Latino-Americanas e Caribenhas’, será um dos destaques do sarau que a Academia Barreirense de Letras (ABL) realiza na próxima sexta-feira. Mediada pela escritora e membro da ABL, Ananda Lima, a mesa tem como convidadas Nilza Martins (Uneb), Railda Freitas (Ifba) e Zelma da Costa (Encanto Afro). Com início às 16h, o evento será na praça Duque de Caxias, no Centro Histórico de Barreiras, com recital de poemas, música, exposição de artes, dentre outros atrativos.
Uma escultura da personagem central do livro Gabriela Cravo e Canela, de Jorge Amado, com cerca de 200 quilos de chocolate de origem, foi esculpida durante o Chocolat Festival 2025 pelo artista Leo Vilela, de São Paulo. O evento, que terminou em Ilhéus no último final de semana, gerou R$ 20 milhões em negócios e atraiu 80 mil visitantes. Tradicional na região sul da Bahia, pioneira da realização deste modelo de festival, a programação reuniu cerca de 260 expositores com mais de 500 marcas de produtos.