Livro analisa impacto da censura em novelas
Coluna Tempo Presente desta terça-feira, 7

Pensar os conteúdos de novelas na tevê no período de auge da ditadura militar e possíveis contribuições involuntárias para o seu declínio é a proposta do professor doutor Guilherme Fernandes, ao lançar seu livro “Mentalidade Censória e telenovela na ditadura militar”.
A publicação virá a lume no dia 15, durante o II Congresso de História Social da Bahia, no Centro de Cultura Vereador Manuel Querino, na praça Tomé de Souza, com acesso gratuito.
Embora Guilherme Fernandes trabalhe com o conceito de “tempo histórico”, delimitado pelo período do regime da tortura e execução de opositores, a pesquisa alcança o tempo presente devido ao retorno de crenças semelhantes às dos anos 1970.
A censura, exercida pela Divisão de Censura e Diversões Públicas, extinto com a redemocratização, também tinha entre seus “princípios” a suposta defesa da família, de Deus, da família e da propriedade, como os políticos reacionários de hoje.
– Entre os casos apurados, está o da censura a novela Roque Santeiro, em 1976, levando a Rede Globo a veicular um editorial no Jornal Nacional, e outro no jornal O Globo – afirma Guilherme Fernandes, formado em jornalismo antes de desenvolver suas pesquisas de mestrado e doutorado pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB).
O prejuízo financeiro provocado pela censura produziu um mal-estar entre o grupo comunicacional de Roberto Marinho e os militares, dando sequência ao processo de desgaste iniciado com o assassinato de Vladimir Herzog.
Além do trabalho conceitual, utilizando-se das telenovelas para revelar o “espírito conservador do tempo”, o livro tem o mérito de trazer à luz pareceres e documentos para conhecimento público.
“Embaixo do Céu”
A Cazumbá Cia. das Máscaras apresenta entre os dias 9 e 17 deste mês, a programação “Embaixo do Céu”, no Centro Cultural Parafuso e no Teatro Cidade do Saber, em Camaçari.
A apresentação inclui linguagens artísticas diversas, destacando-se poesia, teatro e música em oficinas, encontros comunitários e outras ações integrantes do projeto “Embaixo do céu tem curumim”.
A estreia será no centro cultural Parafuso, onde fica um território remanescente de uma ocupação de escravizados visando resistir ao cativeiro de antes e suas versões contemporâneas.
POUCAS & BOAS
Em Teixeira de Freitas, foi oficialmente aberto o circuito de eventos do 3º Seminário ‘Òfò Kuzuela’ com a conferência inaugural ‘Cabaça da Sabedoria: saberes tecidos pela palavra e pela experiência’. A palestra foi conduzida por Keu Apoema (PPGArtes/UFSB) e mediada por Tássio Ferreira (UFSB). Coordenada pelo Grupo de pesquisa Aldeia (UFSB/CNPq), a programação seguirá até 20 de outubro, com passagens e atividades em Salvador, Barreiras e na região do Recôncavo Baiano.
Ainda repercute em Luís Eduardo Magalhães o bem-sucedido lançamento do Programa Escoteiros Raízes do Agro. O evento reuniu produtores rurais, crianças, jovens inscritos e seus familiares, bem como os escoteiros da Associação Beneficente Cristã Mão Amiga. A iniciativa do Instituto da Associação dos Agricultores e Irrigantes da Bahia (Iaiba) é realizada em parceria com a União dos Escoteiros do Brasil (UEB). Os encontros de formação serão realizados quinzenalmente e têm início previsto para 18 de outubro.
A 3ª edição do Festival Buriti de Audiovisual da Universidade Federal do Oeste da Bahia (Ufob) começou ontem, com a Mostra de Poéticas Audiovisuais e a exibição de filmes experimentais no Campus de Santa Maria da Vitória. Hoje, a partir das 8h no Espaço de Convivência, acontece o Café com Criação, seguido de debates, oficinas temáticas e mais exibições de filmes. A programação especial prossegue até o dia 10 do mês, quando o evento será encerrado com o anúncio e a premiação dos vencedores do festival.
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