Livro “canta” a Gal Costa dos anos 70
Confira a coluna Tempo Presente
Não apenas por figurar como um dos editores de Cultura mais admiráveis na história do jornalismo baiano, e dono de um acervo particular de peças ausentes nos principais museus, ou mesmo pelo conhecimento do perfil de Gal Costa, mas tudo isso junto justifica a escolha da editora Noir por Gutemberg Cruz para escrever sobre a talentosa cantora baiana a inspirar incessantemente a arte alinhada ao comportamento desobediente de uma ativista sem medo dos “caretas”, ao manter afiadas suas garras de tigresa.
O livro “Tigresa: Gal Costa canta anos 70”, sai pelo já consagrado selo da editora Noir (www.editoranoir.com.br), dona de um portfólio de mais de 50 títulos, número considerável em um país de tantos subletrados e um contingente expressivo de quem tem sérios problemas de interpretação.
O “recorte” no período de auge da ditadura situa a produção de Gal como uma voz (e que voz!) bem afinada com a resistência à censura e ao obscurantismo, ao defender a liberdade de expressão e da escolha de como cada qual quer ser, apresentando-se em trajes associados ao movimento hippie, sem faltar a vasta cabeleira.
Mesmo sem reivindicar para si qualquer mérito de liderança, Gal multiplicou sua insatisfação com o regime autoritário entre outros artistas e ativistas, conforme demonstra Gutemberg Cruz, no trabalho editado pelo jornalista Gonçalo Júnior.
Para Gutemberg Cruz, o papel de Maria das Graças (seu nome de batismo) foi muito além das belíssimas interpretações a ecoar uma voz única e autêntica:
– Ela foi um símbolo de liberdade e uma inspiração para muitos. Sua música, marcada pela experimentação, pela crítica social e pela beleza, continua a ecoar até hoje, lembrando-nos da importância da arte como ferramenta de transformação social.
“Há preocupante dependência de gastos vinculados a emendas parlamentares, que
não se articulam com ações planejadas nas instâncias de direção do Sistema Único de Saúde”
Flávio Dino, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), ao autorizar ontem a execução de emendas de comissão empenhadas para garantir o mínimo constitucional de gastos com a saúde?
Mostra de Cachaças na Bahia
A 1ª Mostra de Cachaças na Bahia já mobiliza produtores e apreciadores da bebida e vai acontecer no dia 23 de janeiro, no Bar Quintal do Raso da Catarina, em Salvador. O evento, que visa dar visibilidade para a produção baiana e nacional, já tem a confirmação de 13 marcas, originadas de estados de várias regiões, como Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Paraíba e Bahia. Sob a curadoria do sommelier de cachaças Raimundo Freire, a mostra trará rótulos que representam a diversidade e excelência da produção artesanal de cachaça no Brasil. Da Bahia participam as marcas Paramirim, Reserva do Lima e Cordel Feliz.
Verger e baianidades
Dedicada a preservar o tesouro cultural do antropólogo francês responsável por “re-unir” aspectos de Bahia e África, por meio de seu trabalho presencial em nações do continente preto, a Fundação Pierre Verger anunciou a inauguração de um espaço cultural, com a programação de uma série de atividades franqueadas ao grande público do dendê, com o lançamento da reedição do livro Ewé, pela editora Companhia das Letras.
Divulgado na mais recente edição do Boletim Informativo da instituição, o encontro, programado para maio, terá duração de três dias, nos quais está prevista, além do novo Ewé, a inauguração de sala de exposição em parceria com a Galeria Paulo Darzé, além dos lançamentos do portal Fotógrafos Baianos e de uma criação original de Goya Lopez em homenagem a “Fatumbi”, como os encantados reverenciavam Pierre Verger. O programa se completa com exposição do projeto 16 ensaios baianos.
Já em junho, o “Forró Ecológico” terá apresentação de oficinas e um tributo ao gênero híbrido “samba junino”, um raro e precioso patrimônio cultural do bairro do Engenho Velho de Brotas. No mês seguinte, chegará a vez do projeto “Caravana Verger” em modo exposição itinerante em praças públicas de 18 cidades de cinco estados brasileiros.
O projeto é uma parceria com o Acervo da Laje, com o objetivo de expor fotografias do jeito único e autêntico do olhar de Pierre Verger, revelando aspectos de localidades do Nordeste brasileiro e a importância das distintas manifestações de culturas populares. Várias outras atividades da Fundação se estendem pelo segundo semestre de 2025, para reativar o extraordinário legado do mais célebre franco-baiano de que se tem notícia.
Da Redação, com Paulo Leandro e Miriam Hermes