Mulheres exigem políticas pela paz
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Coletivos de mulheres de Salvador vão intensificar os debates sobre a questão da violência doméstica e a busca por justiça equitativa de gêneros, no sentido de construção de políticas públicas capazes de estancar a perda de vidas e o sofrimento originado das desigualdades.
Entre os mais atuantes, destacam-se o Grupo de Trabalho sobre Feminicídio na Bahia (GT FEM) e a Rede de Enfrentamento à Violência contra as mulheres de Salvador, dispostos a participar com ênfase da campanha eleitoral para o município.
A psicanalista Maria José de Oliveira Araújo, conhecida por “Mazé”, participante do movimento de defesa das mulheres, toma como pressuposto o ataque frequente às trabalhadoras pretas dos bairros periféricos de Salvador.
Para “Mazé”, é preciso dar um basta imediato aos ataques, alcançando a média de 9 feminicídios por mês, considerando todo o estado da Bahia, de acordo com dados confiáveis fornecidos pela Secretaria de Segurança Pública.
– Este número pode ser maior porque o método utilizado para qualificar o feminicídio nem sempre é aplicado, e depende da interpretação de quem lavra o boletim de ocorrência nas delegacias – afirma a psicanalista e ativista de gênero.
Para conhecer os conteúdos das propostas de candidatos e candidatas à prefeitura de Salvador, os coletivos de mulheres organizaram um encontro para a tarde de hoje na Câmara Municipal, com a presença de prefeituráveis.
A única chapa com dupla participação feminina é a do partido Unidade Popular, tendo duas mulheres para prefeita e vice, seguindo a proporção verificada em outros espaços de poder da sociedade, no qual predomina o tipo hetero cis, branco, homem.
Celebração dos mourides
Senegaleses muçulmanos “mourides” residentes na Bahia promovem amanhã pela manhã a Festa Tradicional Religiosa Muçulmana, o “Grande Magal de Touba” 2024, na Sociedade Protetora dos Desvalidos. O encontro celebra o exílio forçado ao Gabão e a volta ao Senegal do Sheikh Ahmadou Bamba Mbackè, também chamado Serigne Touba, fundador da irmandade religiosa mouride. Segundo a professora da Unilab, doutora Fanny Longa Romero, especialista nos estudos da diáspora religiosa, a celebração marca a data e o final do exílio do Sheikh Bamba no Gabão por sete anos, sete meses e sete dias.