Quingoma pede socorro urgente
Confira a coluna Tempo Presente desta quarta-feira
Editorial publicado na edição de segunda-feira em A TARDE, com o título ‘Além da violência’ chamou a atenção de ativistas indigenistas e da comunidade acadêmica interessada no tema dos ataques a quilombos e aldeias nos últimos anos.
A hipótese é a de serem maiores de 28 o número de comunidades atacadas na Bahia, como foi divulgado, subindo pelo menos a 29 este quantitativo com o acréscimo necessário do Quingoma, Lauro de Freitas, em área cobiçada por investidores.
São 578 famílias vivendo em região preservada de ,mais de mil hectares de Mata Atlântica, onde vicejam espécies de plantas nativas, resistem árvores centenárias e passeiam rios de água límpida em meio à fauna exuberante.
– Nosso quilombo vem sofrendo recentes ataques após o reconhecimento do território pela Fundação Palmares. Já houve casos de atearem fogo em casas, arrancarem e envenenarem plantações e tentativas de assassinato – afirmou Rejane Quilombola, uma das lideranças locais.
Vivem um cotidiano de tensão os habitantes do Quingoma, onde esteve recentemente o rei da Nigéria, Onni Ilê Ifé, para a cerimônia de reconhecimento do quilombo como primeiro território iorubá em território brasileiro.
O título fortaleceu as ações de preservação do local, no entanto, sem a presença ativa das forças policiais repressivas e o empenho das autoridades para dialogar com os agressores será difícil encontrar uma saída pacífica.
O método proposto pelos representantes do quilombo é verificar com os representantes dos poderes se há razões suficientes para manter a intranquilidade tomando como pressuposto a inestimável contribuição ecológica e religiosa do Quingoma.
Vistoria questionável
Envolvida em um processo por funcionamento em local irregular, a clínica de tratamento de obesidade Instituto Arara Azul incorre em nova controvérsia. Segundo o BNews, o Corpo de Bombeiros vistoriou local diferente daquele registrado na prefeitura de Camaçari para o funcionamento da unidade médica. A situação representa uma clara violação das normas estabelecidas pelo Conselho Federal de Medicina, pelas autoridades sanitárias e pelo Corpo de Bombeiros da Bahia e que devem ser seguidas por todas as instituições de saúde, colocando em risco a segurança dos pacientes e demais frequentadores da clínica.
POUCAS & BOAS
- ‘Família, Acolhimento e Religião’ será o tema central do encontro inter-religioso que acontece hoje no auditório do Centro de Promoção e Defesa dos Direitos LGBT da Bahia, como parte das comemorações pelo Mês do Orgulho e Visibilidade LGBTQIAPN+. Com início às 15h30, o evento ecumênico movimenta o Casarão da Diversidade, no Pelourinho, e contará com a participação de representantes de diversas matrizes religiosas.
- O 1º Seminário de Integração das Ciências Humanas e Linguagens da Uesc terminou ontem em Ilhéus, com envolvimento dos docentes e estudantes. Aberto na segunda-feira no auditório Jorge Amado, um dos focos do evento foi a construção de uma cultura de integração e parceria entre o Diretório Central de Estudantes Livre Carlos Marighella, sob a Gestão Semear, e os Centros e Diretórios Acadêmicos dos cursos de Ciências Humanas e de Linguagens.
- Em Mata de São João um acampamento educativo imersivo reúne 100 estudantes das redes municipais de Salvador e do município anfitrião até o dia 2 de julho na Escola Maria Odília Vasconcelos. A iniciativa faz parte do projeto ‘Era Uma Vez… Brasil’, que está na sétima edição e conta uma história diferente para estudantes de escolas públicas da Bahia e de outros três estados brasileiros. Com a temática ‘Mais do que o Ipiranga: as independências de outros Brasis’, a iniciativa desenvolve atividades de arte-educação durante o ano letivo das escolas municipais, impactando alunos e professores. No final o projeto selecionará 120 alunos e professores para um intercâmbio em Portugal.