Revolução Sertaneja festeja centenário | A TARDE
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Revolução Sertaneja festeja centenário

Publicado quinta-feira, 07 de fevereiro de 2019 às 13:00 h | Autor: [email protected]

Ativistas culturais, guias turísticos e ex-garimpeiros filhos e netos de jagunços da localidade do Alto da Estrela, em Lençóis, Chapada Diamantina, começam na próxima terça-feira, dia 12, a organização de eventos para marcar o centenário da Revolução Sertaneja, movimento que contestava a eleição de J. J. Seabra ao governo da Bahia. Considerada fraudulenta, a eleição de 1919 sofreu forte rejeição popular: partiu do diretor de redação do jornal A TARDE, Ernesto Simões Filho, a ideia de enviar um emissário aos coronéis do sertão baiano, liderados por Horácio de Matos. O conselheiro Rui Barbosa, político influente na época, escreveu em A TARDE os Evangelhos Cívicos, que doutrinavam os revoltosos. As tropas sertanejas chegaram a ameaçar invadir Salvador, como se lê no telegrama de texto curto e grosso que Horácio de Matos enviou ao então governador Antonio Muniz:

– O sertão irá à capital vingar o sangue de seus irmãos.

Interior – A Revolução Sertaneja culminou na Convenção de Lençóis, assinada em 1920 pelo presidente Epitácio Pessoa, atendendo às reivindicações de Horácio de Matos, que exigia mais atenção aos cidadãos do interior baiano, com a construção de estradas, escolas e hospitais, além da indicação de seus aliados políticos para cargos de relevância. Aconselhado pelo general Alberto de Aguiar, o presidente da República decidiu-se pela cautela em vez do enfrentamento, pois Salvador ficaria sitiada e sofreria com a falta de víveres se as tropas sertanejas a cercassem e tomassem os portos fluviais; em contrapartida seria impossível o Exército sair para o combate devido à imensidão do Grande Sertão e suas veredas, como está no título da obra clássica de Graciliano Ramos.

Jornal na Fundac

A edição de um jornal tem sido uma das estratégias de ressocialização de adolescentes privadas de liberdade. A iniciativa é da Fundac. A primeira edição já deu origem a novas tiragens do impresso, promovendo reflexão dos adolescentes sobre seus atos, além de melhorar o aprendizado da escrita. 

– O efeito da interação com as fontes de informação pode servir para as jovens acreditarem num futuro melhor, retornando ao convívio na sociedade com outra perspectiva de vida – explica a editora-chefe do periódico, Lúcia Moreira.

A Redação tem 15 comunicólogas e um agente sócio educador, e serve de bom exemplo: em vez de repressão, a busca do melhor convívio para quem cometeu erro e tem a oportunidade de recuperar-se via produção cultural.

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