Ufba recebe seminário em tributo a Clóvis Moura

Um dos principais – e pioneiros – construtores do conceito de “racismo estrutural”, ao acusar suas manifestações pseudocientíficas, outrora acolhidas pela academia, Clóvis Moura terá seu centenário devidamente lembrado, com pompa e circunstância, pela Universidade Federal da Bahia.

O auge do Ciclo de Atividades será o Seminário “100 anos de Clóvis Moura – Legado e Atualidade”, programado para o auditório do PAF III da Ufba, na Ondina, entre os dias 20 e 22 de maio, de 18 às 20 horas.

O encontro de perfil cidadão, intelectual e político dedica-se à memória e ao debate de aspectos relevantes do legado do sociólogo, jornalista e escritor piauiense, alcançando a comunidade acadêmica baiana, ao abraçá-lo como referência.

Numa época na qual acreditava-se na aparência e nos formatos dos crânios para explicar tipos de criminosos e desajustados socialmente, foi Clóvis Moura a voz da resistência, ao escrever de um ponto de vista associado à defesa dos pretos diaspóricos.

– A atualidade da obra de Clóvis Moura está em desnudar esta realidade e ser um guia para as políticas de reparação – afirma Everaldo Augusto, presidente da Fundação Maurício Grabois (Seção Bahia).

Para Everaldo Augusto, o homenageado foi “um insurgente contra o racismo”, por meio de uma produção intelectual corajosa e contra-hegemônica, ao divergir da ideia então dominante de suposta passividade de escravizadas e escravizados.

No artigo “Clóvis Moura, cem anos de um insurgente contra o racismo”, publicado n’A TARDE, Everaldo Augusto destacou o papel transformador de Clóvis Moura ao introduzir a metodologia proposta por Karl Marx e Friedrich Engels para analisar com mais fidedignidade os horrores da escravidão, repercutindo até os dias de hoje.

Bahia Sem Fogo na Chapada

Um dos braços do Grupo de Trabalho do Programa Bahia Sem Fogo, a equipe de meteorologia do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) tem norteado as atividades voltadas à prevenção de incêndios florestais no interior baiano. Com base nesse planejamento, a Caravana Bahia Sem Fogo, ação coordenada pela Secretaria do Meio Ambiente (Sema) esteve, ontem, no município de Iraquara, na Chapada Diamantina. A Caravana realizou, na Câmara de Vereadores, uma reunião com a gestão municipal e também atividades educativas nos Colégios Estadual de Tempo Integral e Municipal Odilon Torres, este último na zona rural.

CineClube da Morte em cartaz 7 da noite

O “CineClube da Morte” abre hoje a Saladearte do Cine Daten, no Paseo Itaigara, para exibição do filme de animação “Túmulo dos Viajantes”, dirigido por Isao Takahata, tendo sido lançado no Japão, em 1988, com 1h30 de duração.

A programação inclui debate posterior, até 22 horas, com a participação dos responsáveis pelo projeto em Salvador, o casal Tarcísio Andrade, psicanalista, e sua esposa, a infectologista Jacy.

A representação da finitude, associada ao sentimento de tristeza no mundo ocidental, pela via da linguagem artística do cinema, tem provocado o público, com perspectiva de aumento do interesse com as mortes recentes de grandes exemplos de pessoas virtuosas.

Papa Francisco e Pepe Mujica estão entre as maiores figuras arrancadas do álbum existencial da humanidade, deixando a sensação de ninguém escapar à fome da “carnívora assanhada”, como chamou a morte o poeta Augusto dos Anjos, em seu “Poema Negro”, a ser declamado dentro da programação de hoje.

– Além do filme e do debate, temos um recital de poesias, relacionadas ao tema, tido entre os mais inquietantes, por questionar a própria finalidade da existência humana – afirmou o poeta e estudante de Letras, George Lima, responsável pela produção.

Ao divulgar a programação, George Lima lembra a pergunta filosófica central do projeto: “Se a única certeza que temos na vida é a morte, por que não falar sobre ela?”.

O bilhete custa 36 reais a inteira; 18 a meia; podendo ser adquiridos antecipadamente por segurança, no endereço www.saladearte.br embora sejam praticados os mesmos preços na bilheteria presencial do cinema.