OPORTUNIDADE
Mais de 17 mil vagas serão abertas em concursos públicos na Bahia
Em todo o País, em 2023, estão previstas mais de 55 mil oportunidades, quase 30% a mais do que em 2023
Sonho antigo de muitos brasileiros, os concursos públicos estão com tudo: para este ano, a Lei Orçamentária Anual (LOA 2023) calcula o preenchimento de até 55.189 vagas - quase 30% a mais do que o ano passado. O Orçamento de 2023 do governo federal prevê mais de R$ 16,7 bilhões para a realização de novas provas.
A expectativa, diante do novo governo, é de retomada no fôlego dos concursos públicos, com diversos anúncios em áreas distintas sendo feitos em todo o Brasil. Na Bahia, de acordo com a LOA, 2023 será repleto de editais de concursos, com 17.150 vagas abertas.
No momento, há 2.319 vagas abertas no estado: BB Tecnologia (138); Exército - Escola de Saúde e Formação Complementar do Exército (EspCEX) (440); Exército - Escola de Sargentos das Armas (ESA) (1095); MP BA - Promotor (30); Marinha - Engenheiros (23); Marinha - Quadros técnico e de capelães navais (17); Prefeitura de Feira de Santana- Médico, Técnico e Motorista - (238); REDE SARAH - Técnico e Analista - (60); TJ BA (277); TRF1- Juiz (1).
A ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, disse, por meio dos veículos da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), que a prioridade serão os órgãos com maior déficit. Somente no âmbito federal, serão, ao menos, 8,5 mil vagas em 15 órgãos.
“O negócio é fazer concurso para não depender de patrão”. É comum ouvir esta frase em referência à estabilidade que os concursos públicos oferecem. Em meio a um cenário de dificuldade de inserção no mercado de trabalho, a segurança profissional e financeira, afinal, são os principais motivos que levam as pessoas a buscarem o funcionalismo público.
Aline Sampaio, 24, já pensava em prestar concurso público desde o início do curso de direito. O estágio no Tribunal de Justiça despertou na estudante o interesse pela prova do TJ-BA, em julho deste ano. São 277 vagas, com salários iniciais que podem chegar a R$ 6.111,82.
Para ela, a estabilidade financeira e de rotina são as principais motivações para dedicar-se ao concurso. Aline pretende fazer outras provas de tribunal, como a do TRE, prevista para o segundo semestre deste ano.
“Começar no mercado da advocacia é trabalhoso. A ideia do concurso é também para ter uma rotina, ter os horários certos e justos, não ser sobrecarregada. Acho que a vida de uma pessoa concursada é mais confortável e tranquila”, pontua.
Uma vida profissional e financeira sólidas são também a grande motivação de Artur Lima, 30, que estuda para concursos há onze anos. O engenheiro deu início a sua vida de concurseiro com a prova da Petrobras, em 2010, e, desde então, já bateu na trave em outra prova para a estatal, em 2014, e no concurso do Banco do Brasil, em 2012.
Este ano, além de investir novamente no concurso do Banco do Brasil, Artur pretende começar a estudar para as provas da Petrobras e do INSS. “Sou mais interessado na área bancária e fiscal, mas estou aberto a outros concursos, a área administrativa, como os Correios”, diz.
Já para Marina Fernandes, 25, a motivação foi outra: o desejo de tornar-se diplomata. A comunicadora se prepara para o Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata (CACD) desde o final da graduação, quando começou a se planejar e juntar dinheiro para bancar os cursos preparatórios.
Com o objetivo 100% definido, Marina não cogita fazer outros concursos. “Não escolhi ser concurseira, fiz uma escolha pela profissão. Sempre fui muito interessada em línguas estrangeiras, na ideia de morar em outros países. Agora, estudando, só confirmou o meu interesse pela área”, afirma.
A primeira fase do CACD será realizada dois meses após a publicação do edital e deve acontecer ainda este ano. O concurso terá 30 vagas e o salário inicial, no edital 2022, foi de R$ 19.199,06.
Foco e equilíbrio
O mesmo aconteceu com Fernanda Brito, 28, que, antes de se jogar no mundo dos concursos públicos, já havia decidido pela carreira policial. Nas redes sociais (@distintivosomeu), a jovem compartilha a sua rotina de concurseira e paixão pela área penal.
Fernanda realiza provas de concursos há sete anos e já chegou a ser classificada em três - Polícia técnica da Bahia para perito, Soldado da PM BA 2023 e Embasa. O resultado dentro da nota de corte, no entanto, ainda não a levou para as segundas fases.
Graduada em Segurança Pública, estudante de Direito, mãe e esposa, a concurseira garante que, em meio às demandas, não é fácil dedicar-se aos estudos. “Acordo antes de todos, às 4h da manhã, inclusive aos finais de semana, para ter silêncio. São, no mínimo, 2h a 3h de estudos por dia”. Obstinada, porém, a regra de Fernanda é uma só: parar, apenas, quando entrar.
Qualquer que seja o incentivo ou ramo, Aline Menezes (@profalinemenezes), professora e coordenadora da área de concursos em serviço social no Gran Cursos, indica foco, determinação e persistência.
“Quem tem uma maior tolerância à frustração, normalmente, consegue um melhor resultado. No mundo dos concursos existe uma fila que está andando, desde que você não saia. É preciso ter recursos emocionais para lidar com o que está por vir”, aconselha.
Aos concurseiros que atiram para todos os lados na hora das inscrições, especialistas pedem cuidado. Professores recomendam aos estudantes que direcionem os estudos para uma carreira ou área em específico, a fim de aumentar e agilizar as chances de aprovação.
Para quem não tem oportunidade de dedicar-se integralmente à vida de concurseiro e precisa conciliar faculdade, trabalho e tarefas domésticas, é preciso analisar as condições e, principalmente, evitar as comparações.
“Se situe na sua realidade. Se você tem outras demandas, precisa saber como inserir esse estudo na sua rotina de forma eficiente, o que não significa que é preciso estudar 12h por dias. Fazer questões da banca que vai realizar o concurso é um grande diferencial, por exemplo”, orienta a professora.
Waldir Santos, colunista de concursos do jornal A TARDE, chama atenção para as vagas menos divulgadas e conhecidas – que são, consequentemente, menos concorridas. Segundo Waldir, muitos concurseiros focam nos órgãos mais “famosos” e deixam passar boas oportunidades.
“Essa quantidade de concursos, na verdade, não é uma onda. É que os concursos mais conhecidos, como o da Polícia Federal, Tribunal de Justiça ou Receita Federal, quando são publicados em períodos próximos, cria-se a impressão de onda, mas existe uma oferta permanente de concursos, com oportunidades, às vezes, melhores”, explica.
*Sob a supervisão da editora Cassandra Barteló
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