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COVID-19

Bahia cobra CoronaVac para o público de 3 a 5 anos

Conselho Estadual enviou ofício ao Ministério da Saúde exigindo as doses de imunizantes para aplicação em crianças e transparência nos dados

Por Jade Santana*

22/07/2022 - 5:30 h
Procura por imunizantes tem sido alta em postos da capital baiana, como na USF Manoel Vitorino, em Brotas
Procura por imunizantes tem sido alta em postos da capital baiana, como na USF Manoel Vitorino, em Brotas -

O Conselho Estadual da Saúde da Bahia (CES) enviou um ofício ao Ministério da Saúde (MS) cobrando vacinas contra a Covid-19 para aplicação em crianças de 3 a 5 anos, além de transparência nas orientações, distribuição e nos dados referentes às doses existentes da vacina.

Apesar da vacinação com a CoronaVac para crianças entre 3 e 5 anos ter sido liberada pelo MS na última sexta-feira –, após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovar o uso emergencial do imunizante para essa faixa etária–, foi só na terça-feira que a pasta divulgou uma nota técnica informando as orientações do Programa Nacional de Imunizações para vacinação do público infantil, o que acarretou, segundo o presidente do CES, Marcos Sampaio, em uma reformulação no esquema de vacinação que já havia sido iniciado em alguns municípios baianos, como Salvador e Camaçari.

E isso pode causar atraso na vacinação, diz Sampaio.

“O Ministério da Saúde divulgou tardiamente essa nota técnica. Os municípios precisam de informações claras para que haja uma organização com o esquema de vacinação e precisam da certeza de que haverá vacinas suficientes para atender a demanda”, afirma.

Em Salvador, o movimento nos postos em busca da vacinação das crianças de 3 a 5 anos tem sido intenso. Inaugurada segunda-feira, a estratégia de imunização alcançou 3.316 crianças da faixa etária com a primeira dose da vacina até a quinta.

Durante a manhã e a tarde de quinta-feira, 21, a Unidade Básica de Saúde (UBS) Manoel Vitorino, em Brotas, registrou alta procura para a imunização do público-alvo, o que deixou trabalhadores do local com receio de não conseguir vacinar todo mundo até às 16h, horário de encerramento do serviço.

O presidente do CES afirma que a lentidão do ministério é uma “demonstração de ausência de prioridade com a prevenção à saúde das crianças”. Além disso, na visão de Sampaio, o Ministério da Saúde apostou na desistência das pessoas que estão sem completar o ciclo vacinal, ao invés de enviar novas remessas da vacina para aplicação em todas as crianças.

“Não existe vacinas sobrando, o que realmente existe são as vacinas que deveriam ser aplicadas nos faltosos”, defende ele.

“A última remessa de CoronaVac foi recebida no estado da Bahia em fevereiro, para o público de 6 a 11 anos. Essas vacinas foram enviadas pelo ministério para atender à demanda deste público, alguns desses lotes que foram enviados já tiveram vencimento em junho e julho, e até hoje outros não foram mandados”, explica.

“Tenho certeza que o ministério está contando com que a gente utilize essas doses nesse novo público que vai procurar a vacina, o que não pode ser feito, porque elas estão destinadas às crianças mais velhas que ainda não foram tomar o imunizante”, fala.

Sampaio estima que Salvador, por exemplo, só tenha, no total, cerca de 4 mil doses de CoronaVac para vacinar para as crianças, sem reservas para garantir a segunda dose.

“Se não foram enviadas novas remessas de vacina, e se também não se tem nenhum tipo de estratégia ou previsão de envio delas, temos que afirmar que o ministério acabou anunciando algo que a gente não tem nem garantia de que vai poder ser cumprido”, diz.

Estoque insuficiente

De acordo com a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), até o dia 21 de julho, 1.108 crianças de três anos foram vacinadas, ao passo que 1.382 de quatro anos receberam o imunizante, e apenas 826 crianças com cinco anos se vacinaram com a primeira dose. Segundo a pasta, 94 mil crianças integram o público dessa faixa etária na capital.

Já a Bahia possui uma estimativa de 410.459 crianças com idade entre 3 a 4 anos que estão elegíveis para a vacinação com a Coronavac. Conforme levantamento realizado pela Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), a Bahia, incluindo os estoques existentes nos municípios, dispõe de aproximadamente 200 mil doses de vacinas, quantidade classificada como insuficiente para atender integralmente o novo público elegível.

Segundo a pasta, o Ministério da Saúde ainda não informou previsão de nova remessa de doses de Coronavac aos estados e os estoques existentes devem ser utilizados com a reserva para as segundas doses, indicadas para 28 dias após o início do esquema vacinal. “Conforme resolução, os municípios que possuem saldo desse imunizante já podem iniciar a vacinação desse público”, informa em nota.

Sem responder diretamente o documento enviado pela instituição, a pasta afirmou que ninguém vai ficar sem vacina e anunciou, no mesmo dia, à noite, que tem disponível 1,2 milhão de doses de CoronaVac para imunização de crianças de 3 e 4 anos, porém sem informar a previsão de quando as doses serão entregues.

“Perversidade”

Na opinião do presidente do conselho, o MS está sem previsão de entrega das vacinas porque sequer tem estoque suficiente da CoronaVac para a distribuição, tendo em vista que a pasta desacreditou da eficiência do imunizante e não estimulou a sua produção, e que por isso não assinou nenhum contrato de fornecimento com o Instituto Butantan, produtor da CoronaVac no Brasil, ou a colocou no Plano Nacional de Vacinação, como vacina prevista.

“Esse formato do Ministério em não dar garantia e nem trazer a transparência dos dados é uma perversidade. Os estados e municípios precisam lidar com a suposta falta da vacina e da garantia de novos imunizantes para essa faixa etária, que está aguardando há 3 anos para se vacinar”.

O conselho também solicitou o cronograma de novas remessas, a disponibilização dos contratos assinados que garantam a entrega de novas doses e o prazo para recebimento dessas doses. O Ministério da Saúde recomendou que a vacina CoronaVac seja destinada inicialmente apenas para crianças entre 3 e 4 anos de idade, e que a vacinação ocorra de forma gradual para todas as crianças imunocomprometidas de 3 e 4 anos de idade, seguida pelas faixas etárias de 4 e depois 3 anos de idade.

Já as crianças a partir de 5 anos deverão ser vacinadas com imunizante da Pfizer, nos esquemas já recomendados. Por meio de nota, a pasta esclarece que todas as doses adquiridas da vacina CoronaVac já foram entregues a todos os estados e Distrito Federal. O ministério ainda recomenda no documento que sejam utilizados os estoques existentes nos estados e municípios.

“No entanto, o Ministério da Saúde segue em tratativas para aquisição de novas doses. A decisão será formalizada em nota técnica aos estados, bem como o cronograma de entrega de doses adicionais”, diz, sem informar possíveis previsões sobre quantas doses do imunizante serão destinadas para a Bahia ou quando estas chegarão no estado.

Anteriormente, na noite de quarta-feira, o secretário-executivo adjunto do Ministério da Saúde, Marcos Vinicius Dias, informou no programa A Voz do Brasil que a pasta tem disponível 1,2 milhão de doses de CoronaVac para imunização de crianças de 3 e 4 anos.

De acordo com Dias, caso seja necessário, doses podem ser realocadas para suprir as demandas de estados com mais carência e novos lotes poderão ser adquiridos. “Ninguém vai ficar sem vacina”, garantiu.

*Sob a supervisão da jornalista Hilcélia Falcão

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