DIRETORA DO INSTITUTO COUTO MAIA
Ceuci Nunes defende uso das máscaras: 'cautela não faz mal'
Segundo a infectologista, não é o momento adequado para retirar a obrigatoriedade das máscaras
Em meio à flexibilização das medidas contra a Covid-19 em estados do país, a diretora do Instituto Couto Maia, a infectologista Ceuci Nunes, classificou como ‘inadequada no momento’ a ideia de abandonar a obrigatoriedade do uso de máscaras na Bahia. Embora admita que os números em relação à doença tem melhorado gradativamente, a médica afirmou que ‘cautela não faz mal a ninguém’.
“Estamos caminhando para isso (para a flexibilização do uso da máscara), mas não é o momento adequado para fazermos isso agora. É bom lembrar que estamos com uma média (nacional) de mortes acima de 500 óbitos por dia”, disse Ceuci Nunes, que foi a convidada desta quinta-feira, 10, do programa Isso É Bahia, da Rádio A TARDE FM (103.9).
A infectologista avalia que as medidas de flexibilização do uso da máscara devem acontecer em um futuro próximo, mas que só valeriam, em um primeiro momento, para espaços abertos, de modo que seria ‘temerário’ pensar o não uso do utensílio em lugares fechados.
“As máscaras não causam nenhum problema, causam um desconforto, mas nenhum problema, e é uma forma efetiva de prevenir essa doença”, destacou a médica. "Em relação a uma possível flexibilização, deixar de usar máscara em lugares abertos, tudo bem, mas em espaços fechado seria muito temerário", endossou.
Segundo a médica, apesar de os números de casos ativos e mortes estarem em queda, a taxa de ocupação de UTI pediátrica ainda é ‘preocupante’. no estado “Estamos com queda de casos e de óbitos, mas estamos ainda com uma preocupação, que é a taxa de ocupação de UTI pediátricas, que ainda está muito alta. Isso é ainda um reflexo das aglomerações do carnaval, apesar da festa maior ter sido cancelada. Então um pouquinho mais de cautela não vai fazer mal a ninguém”, completou.
Pandemia X endemia
Desde março de 2020, a Organização Mundial de Saúde (OMS) classifica o surto sanitário de covid-19 como uma pandemia. Na última quinta-feira, 3, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, exortado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), anunciou que a pasta estuda rebaixar a pandemia para endemia no país.
Caso se confirme, a medida faria com que a Covid-19 deixasse ser uma emergência de saúde no Brasil, permitindo que medidas preventivas e restritivas contra a doença, como uso de máscaras, proibição de aglomerações e exigência do passaporte vacinal deixassem de ser obrigatórias.
Para a infectologista, cabe à OMS a última palavra na questão. “Quem decretou a pandemia foi a OMS, e a pandemia é uma condição mundial. Então quem vai decretar o rebaixamento ou não da pandemia será a OMS porque ela vai avaliar a situação em diversos países”, lembrou.
“Acho que vamos sair (do status) de pandemia neste ano, mas a desigualdade na distribuição e aplicação de vacinas no mundo preocupa. Tem países com percentual (de vacinação) menor que 20%”, disse.
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