Declarações de Bolsonaro não surtem efeito em taxas de vacinação
Estudo demonstra que mesmo com postura anti-vacina, presidente não influenciou população
Mesmo com declarações e comportamentos contrários à vacinação contra a Covid-19 durante a pandemia, o presidente Jair Bolsonaro (PL) não influenciou nos resultados gerais da imunização, é o que revela um estudo feito pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) em parceria com o IRD (Instituto Francês de Pesquisa e Desenvolvimento).
O levantamento foi feito a partir da análise de fatores socioeconômicos e políticos nas taxas de imunização dos 5.570 municípios brasileiros até outubro de 2021.
"Ele nunca se vacinou e levantou dúvidas sobre a vacina. Parece que esse tipo de comportamento teve uma contribuição negativa no início, mas depois o tempo foi passando e, até por ver os efeitos da vacinação, as pessoas se conscientizaram, independentemente de terem votado nele", diz João Saboia, um dos autores do estudo ao jornal Folha de S.Paulo.
O resultado encontrado do chamado "efeito Bolsonaro" apontou que nos três primeiros meses de aplicação da primeira dose, as falas do presidente surtiram impacto negativo. Porém, após esse período, a tendência se inverteu e a imunização cresceu nas cidades onde Bolsonaro conquistou a maior porcentagem dos votos.
Para os pesquisadores, o levantamento mostra a força e tradição do país na área de vacinação graças ao Plano Nacional de Imunização (PNI).