Governo usou projeções irreais e previu 50% da população vacinada até junho
Dois documentos sigilosos do governo Bolsonaro enviados para a CPI da Pandemia revelam que o general da ativa e ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, usou projeções irreais para a vacinação contra a Covid-19 no país.
De acordo com o registro, uma apresentação interna do Ministério da Saúde com detalhamento de um plano elaborado pela área de comunicação para subsidiar a atuação e o planejamento do gabinete de Pazuello, em novembro de 2020 o ex-ministro considerava que metade da população brasileira estaria vacinada no primeiro semestre de 2021, o que asseguraria a chamada "imunidade coletiva" e permitiria a retomada irrestrita das atividades já no mês de julho.
A estimativa de Pazuello, que foi demitido em Março, foi baseada na expectativa de que o Brasil seria capaz de produzir 800 milhões de vacinas até julho deste ano. Até o momento, cerca de 104 milhões de vacinas foram entregues ao Programa Nacional de Imunizações pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), responsável pela produção do imunizante desenvolvido pela AstraZeneca e Universidade de Oxford, e o Instituto Butantan, que produz a Coronavac.