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Butantan desmarca reunião com ANVISA e alega que agência atrasa vacinação de crianças

Publicado sexta-feira, 19 de novembro de 2021 às 10:42 h | Atualizado em 19/11/2021, 10:45 | Autor: Da Redação
ANVISA rebate e informa que Butantan ainda não apresentou dados seguros para aplicação de Coronavac em crianças e adolescentes | Foto: Tânia Rêgo | Agência Brasil | 25.02.2021
ANVISA rebate e informa que Butantan ainda não apresentou dados seguros para aplicação de Coronavac em crianças e adolescentes | Foto: Tânia Rêgo | Agência Brasil | 25.02.2021 -

A reunião marcada para esta manhã, 19, para discutir o uso da vacina Coronavac em crianças e adolescentes dos 3 a 17 anos contra a Covid-19, entre o Instituto Butantan e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), foi desmarcada pelo centro de pesquisa biológica. De acordo com técnicos do Butantan, ouvidos pela Folha de S. Paulo, a vigilância sanitária continua requisitando novas informações e está, na opinião deles, atrasando a aplicação dos imunizantes no público alvo mais jovem.

Oficialmente, em nota divulgada para a Folha de S. Paulo, a assessoria do Butantan relata que o motivo é, na realidade, "problemas de agenda dos participantes". Por outro lado, a ANVISA responde que ainda não há informações científicas o suficiente que atestem a segurança do uso da Coronavac no público infanto-juvenil.

Tentando pressionar o órgão oficial de vigilância sanitária, o Insituto Butantan, na pessoa de seu presidente, Dimas Tadeu Covas, declarou que os resultados apresentados nos países vizinhos Chile e Equador, assim como dados da aplicação na mesma faixa etária na China, país de origem do insumo da Coronavac, são o suficiente para que a ANVISA aprove no Brasil.

Em retorno à provocação de Covas, a ANVISA declara que reconhece a importância do Butantan, mas que irá seguir as orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS). "Ressaltamos a importância de o Instituto Butantan tratar o processo dentro das diretrizes regulatórias do Brasil, as quais são semelhantes aos preceitos da Organização Mundial de Saúde", reportaram à Folha. 

A agência também observa que o estudo com 586 participantes, conduzido pelo Butantan, não apresenta informações satisfatórias nos subgrupos de 3 a 5 anos, de 6 a 11, e de 12 a 17.

A última reunião entre as entidades ocorreu no dia 5 deste mês. Dentro da faixa etária em avaliação pelos órgãos, há somente uma vacina sendo aplicada atualmente no país. Trata-se da Pfizer, usada somente para os adolescentes de 12 a 17 anos.

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