MINISTÉRIO DA SAÚDE
Secretário diz que hidroxicloroquina é eficaz e vacina não
Nota assinada por secretário da pasta mente ao afirmar que medicamento tem eficácia comprovada
Por Da Redação
Em nota técnica, o secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Hélio Angotti Neto, mentiu ao alegar que a hidroxicloroquina tem eficácia comprovada no tratamento contra a Covid-19, enquanto a vacina não.
A posição assumida do documento utilizado para rejeitar o protocolo que proibia o uso do "kit covid" é contrária a todo conhecimento científico sobre a doença e a posição da a Organização Mundial de Saúde (OMS) e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), órgão responsável no Brasil. As informações são do jornal O Globo.
Angotti Neto lista uma série de supostos argumentos para tentar justificar a sua posição e acusa a Conitec de analisar o caso com "assimetria no rigor científico dedicado a diferentes tecnologias". Segundo o secretário da pasta comandada por Marcelo Queiroga, "a hidroxicloroquina sofreu avaliação mais rigorosa do que aquela feita com tecnologias diferentes".
No documento, a vacina contra o novo coronavírus é classificada como sem efetividade e sem segurança para o uso, em situação inversa à da cloroquina.
De acordo com Angotti Neto, "dezoito ensaios não finalizados, dos quais, oito ainda em fase de recrutamento, nove ainda não finalizaram o seguimento e um finalizado, mas ainda em fase insuficiente para a avaliação de segurança" da vacina.
A divulgação da nota causou reação de especialistas, que preparam um recurso contra a decisão de Angotti, que tem o prazo para ser apresentado em até 10 dias.
Pneumologista e professor da Universidade de São Paulo (USP) Carlos Carvalho, que coordenou os trabalhos do grupo que elaborou o parecer criticado pelo secretário, afirmou que eles não trataram de imunizantes, já que o Ministério da Saúde não solicitou essa avaliação.
"Em nenhum momento nós discutimos qualquer ponto relacionada em vacina, que não foi alvo do pedido do Ministério da Saúde. Ele pediu parecer nas coisas que havia dúvida, não nas coisas que havia certeza", assegurou.
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