SEI: Carnaval representa risco de nova onda da Covid na Bahia
A realização de grandes festas, como o Carnaval, pode desencadear uma nova onda de Covid-19 na Bahia, segundo estudo publicado pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia da Secretaria do Planejamento.
O documento destaca que, mesmo com uma taxa de vacinação levemente superior à Bahia e com dados de mais baixa contaminação e mortes três meses atrás, a Alemanha tem atualmente os indicadores de maior pico, com uma nova onda da doença.
No país europeu, a média móvel de novos casos está em 53 mil e a taxa de incidência em níveis muitos superiores aos observados desde o começo da pandemia: 400 novos casos por 100 mil habitantes.
"Não parece razoável submeter a população a festejos com adesão do grande público, como são o Carnaval e Réveillon na Bahia, pois pode ameaçar todo esforço feito até aqui", afirma Armando Castro, diretor de indicadores e estatística da SEI.
Conforme o estudo, a formação de uma nova onda pode ter um espaço temporal de três meses, como aconteceu na Alemanha. O risco na Bahia é ampliado pelo verão, com a atração de turistas residentes no país e vindos do exterior para as festas de fim de ano.
O estudo destaca também os riscos por causa do aparecimento da variante ômicron, devido ao grau de incerteza referente à transmissão ou imunidade vacinal.
Atualmente, a Bahia representa 4,4% das mortes por covid no país e uma das menores taxas de letalidade da doença (2,16%). O estado tem ainda a segunda menor taxa de mortalidade por 100 mil habitantes (183), atrás somente do Maranhão, com 143 óbitos por 100 mil habitantes.
O Comitê Científico do Consórcio Nordeste também recomendou a não realização do Carnaval nos estados da região.