CULTURA
"A Elisa tem uma história, não de amor, mas de libertação", diz Luma Costa
Por Isabel Rodrigues | Estadão Conteúdo

Aos poucos, a recatada Elisa, interpretada por Luma Costa em Sol Nascente (Globo), vai ficando para trás... A religiosa está em uma fase de descobrir quem realmente é e tem abandonado os 'bons modos' e as roupas tradicionais. "Tudo passa pela vontade de ser outra pessoa. Ela está tomando coragem para se tornar diferente. E aí paga esses 'micões' na frente de todo mundo", diverte-se a atriz, referindo-se às bebedeiras homéricas da personagem.
Aos 28 anos, Luma comemora a carreira na televisão e fala sobre poder mostrar-se plural com a personagem da trama dos autores Walther Negrão, Suzana Pires e Júlio Fischer, especialmente depois de viver por quatro anos a Odete Roitman, da série Pé na Cova, também na Globo.
Esta mudança de Elisa é um caminho sem volta?
Sim, pois ela quer mesmo é se soltar, se conhecer, principalmente em termos de sexualidade. Elisa sempre foi pudica e reprimida. E, de repente, começou a ter mais acesso ao mundo, a se sentir mais mulher...
Mas ela ainda precisa de um gatilho para isso...
Sim, o álcool é esse gatilho. Começou se embriagando, dando vexame. Mas tudo passa pela vontade de ser outra pessoa. Ela está tomando coragem para se tornar diferente. E aí paga esses 'micões' na frente de todo mundo. Acho que ela vai descobrir quem é de fato. E logo não vai mais precisar de bebida para isso.
O que te encanta nela?
A Elisa tem uma história, mas não é uma história de amor, é de libertação. Da mulher que era reprimida e que passa a se sentir desejada. De se descobrir, de paquerar, e de se sentir mais viva.
Temos algumas beatas que se "libertaram" na história da dramaturgia nacional. Inspirou-se em alguma delas?
A Amorzinho, vivida pela Lília Cabral, em Tieta. Peguei algumas coisas dela. Acho muito legal fazer uma personagem que as pessoas vão guardar na memória.
A Odete Roitman, de Pé na Cova foi muito marcante para você também, não?
Muito. Eu tive a chance de trabalhar com Miguel Falabella, Marília Pêra, entre outros. Foi tudo uma escola, e foi artisticamente incrível. Foi uma personagem tão diferente, tão inesquecível... Fico muito feliz por poder mostrar uma pluralidade como atriz. Porque é muito previsível me colocarem como a mocinha, a bonitona... A Odete me transformou, não foi algo previsível.
2017 marca sua estreia no cinema em Duas de Mim, previsto para junho. Como foi esse 'debut'?
Foi maravilhoso. O filme tem direção da Cininha de Paula e texto da Thalita Carauta. É um filme de humor, então estou em casa. Eu interpreto a Helena, que é uma chef de cozinha, só que eu não cozinho nada! (risos). Nem um ovo frito eu sei fazer.
Sol Nascente termina em março. Tem planos para depois disso?
Eu não gosto de parar. Fico louca sem nada para fazer. Entre um trabalho e outro já me enfiei em curso, já fui para Nova York, fiz aula de canto... É uma coisa da mulher moderna, que cuida da casa, dos filhos, do trabalho. Eu dou conta de tudo e não sei como.
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