CULTURA
"Acústico era um plano", diz Rachel Reis antes de show em Salvador
Cantora sobe aos palcos do Teatro Faresi neste domingo
Por Raquel Brito*
Neste domingo, Salvador navegará pelo canto hipnotizante de Rachel Reis. Com a turnê Acústico da Sereiona, a cantora baiana se despede do álbum de estreia, Meu Esquema, dando ao disco um novo arranjo e tom intimista, no palco do Teatro Faresi (Ondina).
Marcado pela mescla de ritmos como o pagodão baiano e o samba reggae, o repertório de Rachel é acompanhado apenas por violão, congas e clarinete neste show. A cantora explica que a escolha do acústico veio justamente pelo caráter mais reservado que o formato proporciona – afinal, nada mais justo que celebrar o fim deste capítulo o mais perto possível dos fãs, que percorreram essas águas com ela nos últimos dois anos.
“Fazer o acústico era um plano que eu tinha para explorar mais a minha voz e ter mais contato com os fãs, conversar mais com eles sobre curiosidades em relação às músicas, porque nem sempre eles têm acesso e eu sei que rola essa curiosidade. Para estar perto de uma forma mais intimista do que em um show maior, que tem percussão, barulhos e tudo mais”, conta.
Para a cantora, encerrar um capítulo da carreira deixa o coração apertado, mas Meu Esquema continuará marcando presença nos shows. “Eu vou estar sempre trazendo o 'Meu Esquema' de alguma forma no repertório. Sou sempre a favor de manter músicas que eu sei que aquecem o coração das pessoas. Eu gosto de fazer uma balança, para me manter conectada com eles”, diz.
Lançado em 2022, o álbum conquistou o público e a crítica. Rendeu a Rachel Reis indicações a premiações como o Grammy Latino, Prêmio Multishow e Women's Music Events.
Com Lovezinho, primeiro single do álbum, venceu “Videoclipe do Ano” no MVF Awards em 2023. No mesmo ano, Rachel conquistou o prêmio de “Artista Revelação”, da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA).
Projetos futuros
Ao mesmo tempo que Meu Esquema promete deixar nos fãs “memórias, daquelas de mais de dias”, à la Lovezinho, o fim de ciclo abre espaço para os próximos passos.
E, se a expectativa para o próximo projeto de Rachel é alta, os admiradores da cantora têm mais um motivo para se animar: durante o show acústico, eles terão um gostinho do disco que está por vir.
“Estou preparando o spoiler de uma música. O álbum novo já está nas etapas finais. E esse ano tem surpresa, só não vou dizer a data, mas está chegando! O que eles podem aguardar desse meu novo momento é uma Rachel com uma composição mais madura. É um álbum que é mais sobre mim do que sobre qualquer outra coisa. Eu sou uma cantora que fala de amor, eu gosto de cantar sobre amor, e esse álbum é voltado para mim, o que não deixa de ser uma forma de amor”, antecipa.
A cantora, que nunca se prendeu a um só gênero musical, promete seguir sem apegos a sonoridades específicas no próximo projeto.
“Eu sempre gostei de misturar as coisas. Minha música é fruto do meu ‘CPF’ mesmo, da minha pessoa consumidora de músicas. Porque sempre gostei de consumir coisas de uma forma muito aleatória, minhas playlists são todas misturadas. Podem continuar esperando isso de mim, que sempre vai rolar”, garante.
O dom para a música vem do berço. De voz potente e macia, a jovem de Feira de Santana cresceu em um lar musical: até os oito anos, via a mãe cantar em palcos da região, encantando a cidade ao som de misturas como a de seresta com Kelly Key. Em casa, um espaço era reservado só para os ensaios.
Sangue musical
A paixão da mãe pela música logo chegou na irmã de Rachel, Sarah Reis, atual vocalista da banda de forró Filomena Bagaceira. Até então, Rachel não sentia esse chamado e queria seguir outra carreira. “Eu queria estudar, mas as pessoas falavam que minha voz era bonita, que eu deveria cantar. Eu tinha 18 anos, estava precisando de dinheiro e decidi fazer alguns bicos. Comecei a cantar em barzinhos”, conta.
Deu adeus às mesas de bar em 2018, quando começou a graduação em Publicidade e Propaganda. Dois anos depois, após passar por perdas e momentos difíceis, decidiu seguir o que realmente queria: lançar suas músicas autorais. Ao descobrir seu estilo e se reconhecer como compositora, não parou mais.
“Eu queria procurar como fazer minhas próprias canções, como gravar. Então, peguei um dinheiro que tinha guardado, fui para Recife e gravei duas músicas”. Assim nasceram Ventilador e Sossego, em janeiro e maio de 2020, respectivamente.
Em 2021, com Maresia, chamou atenção de todo o país. Com o ritmo sensual característico de Rachel, a canção acumula mais de 27 milhões no Spotify e foi regravada na voz de cantores como Xand Avião. A partir daí, como a própria cantora carimba, “é história”.
E se a carreira decolou de Feira de Santana para o mundo, subir nos palcos da Bahia é sempre uma alegria para Rachel Reis.
Para ela, que atualmente vive em Salvador, a vibração dos baianos é diferenciada.
“Esses tempos eu cantei em Feira e foi incrível. Tinha muita gente, dava para sentir a vontade que eles tinham de estar ali, me esperando chegar. Em Salvador também acontece muito isso, a recepção é muito calorosa. É a sensação de estar em casa, meio: ‘cheguei, família’. Eu fico sempre muito feliz de cantar na Bahia”, diz.
Rachel Reis: ‘Meu Esquema’ acústico / Domingo (01), 19h / Teatro Faresi (antigo ISBA, Av. Oceânica, 2717 - Ondina) / Entre R$ 60 e R$ 150 / Vendas: Sympla
* Sob a supervisão do editor Chico Castro Jr.
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