CULTURA
Aleilton Fonseca lança livro com conto ilustrado nesta sexta-feira
Livro aborda o luto
Por Israel Risan*
Aleilton Fonseca lança o livro ilustrado O Sorriso da Estrela, nesta sexta-feira (8), na Academia de Letras da Bahia. A obra, que sai pela editora paulista Pontes, traz uma versão especial do conto que compõe o livro O desterro dos mortos, dirigido ao público juvenil.
O evento, que acontece às 17h, também inclui o lançamento da revista Escri7a nº 7, que explora temas de literatura, arte e filosofia. O livro aborda temas como luto e resiliência, explorando a morte de uma personagem em um contexto familiar, ampliando a capacidade de reflexão dos jovens leitores.
A narrativa, segundo Aleilton, se destaca pela maneira com que aproxima os leitores de todas as idades de uma experiência sensível e reflexiva. O conto apresenta um narrador adulto que revisita a infância para relembrar sua irmã Estela, falecida aos 13 anos.
A narrativa visa, segundo o autor, tocar os jovens ao permitir que discutam e compreendam suas perdas emocionais e reforçar a importância do tema como parte da educação da sensibilidade e aquisição de experiência para enfrentar, com equilíbrio e compreensão, as situações de perda que acontecem na vida.
“Desde cedo, precisamos nos preparar para esses momentos, desenvolvendo a capacidade de reflexão sobre a finitude, a compreensão e a resiliência, de modo a equilibrar as emoções nas horas necessárias. Este conto faz parte dessa literatura que trata de um tema delicado, mas muito necessário”, entende.
Com ilustrações de Cristina Valadas, a edição ganha um diferencial visual que amplia o sentido do texto. Valadas, artista plástica portuguesa, explica que sentiu uma afinidade imediata com a história, pois compartilha uma experiência similar de perda familiar, o que trouxe autenticidade ao processo criativo. “Creio que as minhas ilustrações conseguem atingir o grande objetivo definido para este livro, isto é, abordar a dificuldade do tema de uma forma mais leve e poética, criando espaços abertos para o leitor dar liberdade à sua imaginação”, afirma ela.
A colaboração entre Fonseca e Valadas contribui para o diálogo entre as culturas brasileira e portuguesa, favorecendo uma leitura poética que, segundo o autor, adiciona à narrativa uma camada estética envolvente. Fonseca afirma que, ao receber as ilustrações, percebeu uma grande harmonia entre o enredo narrado e a concepção da ilustradora ao compor as cenas, através de desenhos que atravessam o livro do começo ao fim, o que transforma a leitura em um processo de empatia.
Cristina Valadas buscou uma técnica mista em suas ilustrações, mesclando trabalho manual com recursos digitais, um desafio que permitiu abordar as emoções de maneira leve e poética. A artista revela que esse processo exigiu pesquisa e inovação, o que resultou em imagens que complementam a atmosfera do texto sem pesar o enredo. Para ela, a fusão de desenho manual e processamento digital trouxe resultados muito mais rápidos e detalhados do que se trabalhasse exclusivamente de forma artesanal.
Professor e escritor
No Brasil, a trajetória de Aleilton Fonseca como escritor e professor influencia sua abordagem literária, onde explora temas emocionais e complexos como o luto. Segundo Fonseca, suas vivências como professor de literatura e escritor se complementam, oferecendo ao leitor uma narrativa que aguça as emoções da perda e do luto.
“Professor e escritor se complementam, solidários e inseparáveis. Em mim, o professor sempre foi um leitor atento e exigente que acompanha o trabalho do escritor. Já o escritor, com sua sensibilidade e sua imaginação, conserva a sensibilidade do professor à flor da pele. O escritor aguça as emoções da perda e do luto, o professor dosa as palavras, com a reflexão e a resiliência”, elabora.
A edição especial ilustrada também responde ao interesse dos leitores mais jovens, que, ao longo dos anos, têm mostrado afinidade com o conto de Fonseca. Em escolas, o texto tem sido motivo de reflexões e interpretações entre estudantes, incentivando debates sobre as emoções envolvidas na experiência da perda. A história entre o narrador e sua irmã revela um percurso de compreensão e arrependimento, permitindo ao jovem leitor um espaço para identificar-se e refletir sobre suas próprias relações familiares.
A parceria entre Fonseca e Valadas é um exemplo de colaboração artística que transcende fronteiras culturais, trazendo elementos da arte portuguesa para um texto de raízes brasileiras.
Para o autor, essa edição especial marca uma integração de linguagens que amplia a experiência literária ao unir palavras e imagens em um fluxo contínuo de significados e emoções, proporcionando uma leitura sensível que combina estética e narrativa.
O lançamento da revista Escri7a, que traz entrevista exclusiva com Aleilton em matéria de capa, reforça o papel do autor no cenário literário baiano e brasileiro.
A publicação tem buscado destacar vozes da literatura, filosofia e arte, com o intuito de enriquecer o debate cultural contemporâneo. A revista, que completa um ano, realiza lançamentos em diversos eventos literários e é um espaço de valorização da escrita e da leitura crítica.
O SORRISO DA ESTRELA e da revista escri7a nº 7 / Sexta-feira (08), 17h / Academia de Letras da Bahia (Av. Joana Angélica, 198 – Nazaré)
*Sob supervisão do editor Chico Castro Jr.
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