TRIBUTO
Amigos e parceiros musicais se reúnem em homenagem ao baixista Keko Pires
Encontro será no Centro Cultural Sesi Casa Branca
Por Chico Castro Jr.
Músico de grande presença na noite soteropolitana desde os anos 1980, o contrabaixista e cantor Keko Pires morreu em janeiro de 2021, vitimado pela Covid 19, então no auge da pandemia – razão pela qual seus muitos amigos não puderam se despedir como gostariam. Hoje, muita gente boa que toca na night local vai se reunir para finalmente homenageá-lo da forma devida.
O encontro será no Centro Cultural Sesi Casa Branca, e será liderado pela banda Batráquios – que era como Keko gostava de chamar os amigos –, além de convidados.
Na linha de frente da banda, amigos de uma vida toda: Willy Wirth (vocais e violão), Zito Moura (teclados), Jerry Marlon (baixo), Claudio Lacerda (guitarra) e Brian Knave (bateria). Entre os convidados previstos estão Fernando Barreto e Nino Moura (Mil Milhas), Toni Duarte, Sérgio Belov, Marco Veloso (Máquinas na Pista), André T, Morotó Slim, Ivan Oliveira, Edni Devay e MC Edd Bala.
No repertório, tudo aquilo que ele gostava de tocar: Stevie Wonder, Beatles, Bob Marley, Rita Lee, Prince, Tim Maia, Wilson Pickett, Raul Seixas, Creedence Clearwater Revival, Commodores e por aí vai.
Cantor da lendária banda oitentista Ramal 12, Cláudio Lacerda era próximo de Keko de longa data: “Eu e Keko fomos amigos desde a adolescência. Fazíamos longas corridas desde o (Restaurante) Sukyaki (Rio Vermelho) até a Terceira Ponte (Jaguaribe). Tocávamos à noite e nos divertíamos muito em longas jams em Mar Grande. Resumindo 40 anos de amizade em poucas palavras”.
Baixista, a exemplo de Keko, Jerry Marlon (Água Suja) conheceu o homenageado quando ainda tocava em outra grande banda dos anos 80, a 14° Andar. “Essa homenagem é mais do que necessária pela importância de Keko no cenário dessa música dita alternativa. Embora ele tenha se esforçado muito para sair desse ambiente (e migrar para o mainstream). Keko fez todos os tipos de tratados com vários artistas, desde pessoas como Armandinho, que ultrapassa essa esfera, até Gerônimo, que foi a última tentativa dele. Keko foi um amigo decano, (a gente) ia completar 40 anos de amizade”.
Ele tinha o groove
Parceiro de Keko em um duo de curta duração (Keko & Willy), o cantor Willy Wirth destaca o lado compositor do músico: “Acho essa homenagem muito importante para manter a lembrança de um grande músico baiano, um grande amigo dos seus amigos e um grande compositor que não teve a sorte de ter as suas músicas devidamente divulgadas até o dia de hoje. Mas que tem músicas muito bonitas compostas por ele, que fazem parte dos CDs que ele gravou. Um deles chama-se Labirintos. Outra música também muito bonita que ele fez, foi junto com Gerônimo, chamada Retrato”, conta.
“Conheci o Keko na época que ele fazia parte da banda Circus e eu fazia parte da banda Canos, que eram muito atuantes na cena do rock underground. A gente até disputava os muros da cidade para pichar o nome das nossas bandas, o que trouxe algumas reclamações de membros da Circus. Mas era sempre tudo muito amistoso e em alto astral. O Keko foi uma pessoa que deixou para a gente a alegria de viver, de ser músico, de desenvolver um trabalho musical mesmo sem fazer parte do mainstream“, relata Willy.
Baterista da Água Suja, Brian Knave conta da habilidade ao baixo de Keko: Quando me mudei para Salvador em 2003, ele foi o primeiro músico local que conheci. Era muito comunicativo e generoso. O que eu sempre amei ao tocar com Keko era seu groove – tinha uma ótima sensibilidade para o baixo elétrico, e sempre foi fácil me conectar com ele musicalmente”.
“Keko foi parceiro de longa data. No início dos anos 90 começamos a trabalhar juntos e mantivemos essa parceria até os últimos dias de sua vida”, conclui Zito Moura.
Homenagem ao Keko Pires / Com Batráquios & convidados / Hoje, 20h / Centro Cultural Sesi Casa Branca (Largo do Papagaio – Itapagipe) / R$ 20 / Infos, reservas: 71 9.9957-4653
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