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CULTURA

Amor, força e arte traz resultados de cursos Ativa Atelier Livre

Com obras em aberto de artistas e alunos, a iniciativa busca colocar no holofote o processo criativo

Por João Gabriel Veiga*

05/03/2022 - 6:01 h
“Não são necessariamente não-finalizados”, diz Lanussi Pasquali
“Não são necessariamente não-finalizados”, diz Lanussi Pasquali -

Quem pode dizer quando uma obra de arte está finalizada? E quem garante que não existe mais vida, mais mudanças mesmo após aquele que o artista julgou ser o toque final? Com exposições de 32 artistas, a Galeria do Ativa Atelier Livre abre esses questionamentos para o público. Com obras em aberto de artistas e alunos do atelier, a iniciativa busca colocar no holofote o processo criativo.

“Não são necessariamente não-finalizados”, diz Lanussi Pasquali, coordenadora do projeto, sobre a exposição. “São trabalhos de processo, resultado dos processos que são desenvolvidos no nosso curso de Poética Criativa. Nós dizemos que é uma exposição que tá aberta ainda porque entendemos o trabalho como um processo. Alguns podem se transformar em outras coisas, mas no momento da exposição, era aquilo que os artistas e alunos entregaram”.

Para ela, a arte não é algo fechado, congelado para sempre: “são artes vivas”.

A ideia para a galeria, aberta em fevereiro, surgiu através dos cursos que existem desde 2019. Entre Lanussi, Fábio Gatti e outros artistas que lecionam no atelier, surgiu uma necessidade. “O resultado que a gente via, a transformação dos alunos, a beleza dos trabalhos, a potência do que eles eram capazes de produzir a partir das nossas provocações, nada disso encontrava um lugar para se expor. Salvador é muito carente de lugares expositivos”, afirma a artista.

Para ela, falta um espaço “aberto à experimentação, para o erro, para a conversa” que traga a arte contemporânea para perto do público.

Segundo Lanussi, a curadoria feita por ela e Fábio Gatti foi apenas a primeira fase da elaboração da exposição. “Ela ocorreu de maneira simples. Pedimos aos alunos que quisessem participar para mandar seus trabalhos. A montagem que requereu um trabalho mais atento, pois é nesta etapa que a gente desconstrói essa ideia de individualidade do trabalho. Vamos misturando os vários trabalhos. Se um artista trouxe uma série de dez fotos, não quer dizer que essas dez fotos serão expostas juntas. Vamos espalhando pelo espaço da galeria, criando essa contaminação que acontece no processo criativo”, diz.

Tudo tem limite

Lanussi também conta um pouco do funcionamento dos cursos do Atelier. “Temos vários formatos, desde oficinas rápidas até cursos mais longos de quatro a cinco meses, que a gente chama de cursos semestrais. Em cada semestre, acontecem grupos que são focados em processo criativo, sejam eles em fotografia ou outros meios”, explica.

“Eu trabalho no curso Zona De Conforto, que pretende mexer nessas concepções do que é a arte contemporânea, o que é fazer arte, qual é o gesto de cada um… É um curso bem experimental de desacomodar certas concepções que se tem de arte. É aberto tanto para quem já desenvolve um trabalho, que, através das provocações que eu dou, terão desafios a cada semana para experimentar uma nova possibilidade, quanto para quem quer começar a desenhar, pintar, fazer alguma coisa, mas tem um medo. As pessoas pensam ‘eu tenho que saber isso, ou aquilo’, e sempre de uma forma realista. A gente nunca pensa que um desenho é qualquer gesto sobre uma superfície”, detalha.

Além desse, Lanussi também cita seu curso Oriente/Desoriente: “é voltado para quem já tem algumas ideias desenvolvidas ou em processo, para a gente discutir juntos e trabalhar em cima dessas ideias. estudar suportes, outros artistas, ler textos de base para entender melhor”. Ela explica que todos os cursos de processo criativo possuem uma carga de leitura, e adiciona que também existem oficinas e cursos teóricos, que cobrem temas como psicanálise, política e corpo.

Ver o trabalho dos alunos pendurado na paredes traz uma sensação de orgulho para Lanussi, que reflete sobre os três anos desde o início dos cursos. “É um processo continuado. a grande maioria dos alunos que começam o curso, para nossa sorte, acaba ficando. Eles fazem um, fazem outro curso. Chega um momento que a gente tem que expulsar eles”, ri Lanussi.

“A gente acredita que a pessoa tem condição de andar sozinha”, acrescenta.

Até por isso mesmo, o atelier também oferece orientações e assessorias. “O que a gente sente é que tem artistas que não vão parar de produzir saindo ou não do atelier. Para eles, é uma necessidade se manter criando. Isso é uma coisa interessante, porque nós não pensamos em cursos para artistas profissionais, mas todas as pessoas que queiram experimentar, se integrar ou retomar um processo criativo. Tem muita gente que é profissional liberal, que trabalha em outra área, professores, médicos, dentistas, mas cujo desejo da infância, da adolescência de criar arte retoma. E é essencial voltar a ser feliz, voltar para um campo do fazer que lhe dá uma satisfação que não é aquela ligada aos problemas cotidianos, dos boletos, da vida adulta”, conclui.


Serviço

O quê: Amor, força e arte: I Mostra de processos criativos do Ativa Atelier Livre

Quando: Visitação até 20/03 / Quarta a sexta-feira, das 15h até 19h / Sábados: 9h até 12h / Domingos: 14h até 21h (quando houver Varanda Ativa) / Outros dias: agendamento pelo e-mail [email protected] / Obrigatório uso de máscara e apresentação de passaporte vacinal

*Sob supervisão do editor Chico Castro Jr.

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Tags:

Visuais, mostra, Ativa Atelier Livre

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