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Artesanato da Bahia ganha espaço de preservação de memória na Barra

Local será inaugurado amanhã com exposição que reúne um belo acervo de peças

Publicado quarta-feira, 14 de setembro de 2022 às 06:30 h | Autor: Maria Laura de Souza*
Peças na sede da Coordenação de Fomento ao Artesanato, no Porto da Barra; visitação do público será gratuita
Peças na sede da Coordenação de Fomento ao Artesanato, no Porto da Barra; visitação do público será gratuita -

O artesanato da Bahia está ganhando um memorial. A exposição Maestrias do Artesanato Baiano inaugura  novo espaço cultural de Salvador, reunindo peças históricas e importantes, feitas por artesãos e artesãs da Bahia. Localizado no 1º andar da sede da Coordenação de Fomento ao Artesanato, no largo do Porto da Barra, o local estará aberto a partir de amanhã, das 9h às 16h. A entrada é gratuita. 

A iniciativa é da Coordenação de Fomento ao Artesanato da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), em parceria com a Associação Fábrica Cultural. 

O memorial conta com uma sala de exposição, onde ficarão peças catalogadas com mais de 80 anos de existência, além das obras de mestres consagrados como Louco, Pedro Santos, Gerard, David, JC, Maria dos Anjos e Alentícia e Pedro. 

O espaço conta com a participação de vários artesãos e artesãs do estado e entidades como a Associação de Artesãos de Rio de Contas.  Rodrigo Lyra, curador do Maestrias do Artesanato Baiano, conta que outros tipos de fabrico estão inclusos. 

Diversidade

“Na tecelagem temos a Associação das Artesãs de Barrocas, que trabalham em tear indígena fazendo redes. Elas empregam o tear vertical, que não utilizam os pés, só as mãos”, explica. 

Para o curador, todas as peças têm um valor único, mas o item que ele mais gosta, é uma luminária da artesã Marluce, do município de Esplanada. “Ela transformou uma armadilha de pegar peixe em uma luminária que utiliza somente dois elementos que é o cipó natural, e a tala do braço da palmeira da piaçava”, conta.

A proposta da criação do memorial é valorizar o conhecimento, sabedoria e habilidade na produção dos artesanatos, que foram passados de geração em geração. De acordo com Ângela Guimarães, coordenadora de fomento ao artesanato da Setre, a exposição dá visibilidade ao acervo histórico.

“Um espaço importante para manter preservado o acervo, a memória e a história do artesanato baiano e contará com uma programação com exposições, oficinas e cursos, além de se constituir num espaço permanente de formação e informação sobre a produção artesanal da Bahia. O artesanato é parte da construção da identidade cultural do nosso povo, retrata as nossas lutas, resistências, nossa recreação, representação da realidade, as formas da gente ser e viver”, disse Ângela. 

*Sob a supervisão da editora Kenna Martins

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