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Bahia busca fortalecimento da territorialização da política cultural

Na Conferência no DF, estado tem a maior delegação no Nordeste e uma das maiores do país

Publicado quinta-feira, 07 de março de 2024 às 19:45 h | Autor: Matheus Calmon
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Entre as pautas que a delegação baiana levou na bagagem para a 4ª Conferência Nacional da Cultura, que acontece nesta semana em Brasília, está o fortalecimento da territorialização da política de cultura no estado. O estado tem a maior delegação do Nordeste e figura entre as maiores do país.

Antes de chegar em Brasília, foram realizadas etapas municipais e estadual, em processo que envolveu 379 municípios baianos. Ao todo foram 60 delegados e delegadas eleitos para representar seus locais e seus territórios, sendo 20 do poder público e 40 da sociedade civil.

"A Bahia chegou a um volume aproximado de 120 propostas apresentadas na Conferência Estadual de Cultura, e dessas propostas, cada estado apresenta apenas 20 para a Conferência Nacional. Faz-se um filtro para que essas se somem a outras propostas semelhantes e elas são apresentadas e discutidas, então, se acrescenta ou se subtrai algo relativo a cada proposta", explica ao Portal A TARDE o santoamarense Oséas Marx, coordenador do escritório do Ministério da Cultura na Bahia.

"A Bahia tem como uma das pautas principais o fortalecimento da territorialização da política de cultura no estado, possibilitando maior acesso aos recursos, aos fundos de custeio e financiamento da cultura. Os municípios, os territórios, estão muito bem representados aqui", disse Oséas, que pontuou o período complicado vivido pelo setor nos últimos anos.

"Nós vivemos um período difícil nos últimos 10 anos, desde a cassação da presidenta Dilma, quando o setor cultural foi renegado do ponto de vista da política pública e se tornou uma política pública secundária, sem importância para os governos anteriores. Isso esvaziou os investimentos, a política pública e, consequentemente, a sociedade enfrentou uma grande dificuldade para produzir cultura, para viver de cultura, principalmente quem vive da cultura, que tem a cultura como sua principal atividade econômica".

Ele frisa que o fortalecimento das políticas públicas culturais voltam à sociedade, entre outros, com o afastamento de jovens da criminalidade. Compositor, ele ressalta que é um exemplo de alguém que vivia na vulnerabilidade e encontrou refúgio e mudança em movimentos sociais.

"A cultura vai direcionar a juventude para espaços culturais, pontos de cultura, inserir essa juventude em vários segmentos, em movimentos culturais, em música, em dança, em arte, com objetivos muito claros que impactam na vida das pessoas muito diretamente. Eu sou filho de movimento social, surgi para a política cultural e para a militância política. A partir do meu ingresso, eu sempre falo que toda vida em situação de vulnerabilidade, a partir do momento que ela se encontra com uma política pública ou com um movimento social, ela será inevitavelmente transformada. A minha vida é um exemplo disso".

*Repórter viajou à convite do Ministério da Cultura

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