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PRÉ-CARNAVAL

Bloco Alvorada realiza ensaio na ‘44ª Lavagem da Fonte do Gravatá’ na rua

História da lavagem remonta à década de 1970

Por Israel Risan*

14/02/2025 - 4:00 h
Imagem ilustrativa da imagem Bloco Alvorada realiza ensaio na ‘44ª Lavagem da Fonte do Gravatá’ na rua
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O Bloco Alvorada realiza neste domingo (16) a 44ª Lavagem da Fonte do Gravatá, evento que é parte das comemorações dos 50 anos da agremiação. A festa é gratuita e acontece na Rua da Independência, em Nazaré, com cortejo de baianas, rito religioso de matriz africana e uma roda de samba que reúne foliões, moradores e apreciadores do samba.

A história da lavagem remonta à década de 1970, quando a comunidade organizava o evento. Após o encerramento de algumas entidades, o Alvorada assumiu a organização, consolidando o evento como parte essencial de sua trajetória. “Essa é uma das principais atividades do Bloco, nós agregamos pilares muito importantes de matriz africana, que é a culinária, a religiosidade e a música, o samba que é nossa referência”, conta Vadinho França, presidente da agremiação.

O monumento do século XVIII, que já serviu como fonte de água para residências do Centro de Salvador, se tornou o cenário anual dessa celebração, fortalecendo o vínculo entre a tradição e o cotidiano da cidade. O evento simboliza o sincretismo religioso, com elementos do candomblé, representado por Nanã, e do catolicismo, simbolizado por Santana, reforçando a riqueza cultural da celebração. “O Alvorada percebeu a importância dessa fonte em relação ao sincretismo religioso. Porque, por coincidência, em cima da Ladeira de Santana, fica a igreja de Santana. E cá embaixo fica a Nanã. No sincretismo religioso, uma representa a outra”, lembra Vadinho.

Reunindo baianas, passistas, caruru e manifestações religiosas, o evento também reforça sua importância histórica e social. Associado ao bloco, Adelson Costa vê a festa como um marco na preservação da cultura da capital baiana.

“Essa importância se dá pelas suas características, principalmente o samba. A fonte é um patrimônio, tem o caruru tradicional, e até hoje se cultua sua parte religiosa ao sincretismo religioso do candomblé, entre outros elementos. Assim não deixamos a cultura se perder”, entende.

A festa faz parte da vida do soteropolitano desde que se entende por gente. “Sua história, tradição, valorização da cultura, do samba raiz, das baianas é o que me motiva a participar. Um bloco feito por negros de um bairro humilde, com poucos recursos e até hoje segura essa bandeira, persiste e sem perder sua essência e raiz”, se orgulha.

O Bloco Alvorada também tem papel relevante na geração de renda e oportunidades para os moradores do Centro Histórico, envolvendo a comunidade em suas ações e celebrações. “Sempre que tem evento do Alvorada, a gente consegue ter uma série de vendedores ambulantes e gerar emprego e renda para essas pessoas. Além da confecção de indumentárias serem produzidas pelas pessoas que vivem na região”, cita Vadinho.

Ancestralidade no centro

O Bloco Alvorada integrou o evento às suas atividades, mantendo a religiosidade e o compromisso com a comunidade como pilares fundamentais de sua existência. A programação deste ano inclui apresentações de Dado Brazzawilly, Nu Balanço, Movimento, Ariane Bastos, Thiago Costa e Aloísio Menezes, além dos integrantes da ala de canto do Alvorada. Artistas participantes destacam o orgulho de integrar um evento tão tradicional, reconhecendo o Alvorada como um bloco que atravessa gerações e mantém viva a essência do samba.

“Como cantor de músicas de matrizes africanas, não deixa de ser gratificante e honroso participar de um evento tão tradicional e importante como a Lavagem da Fonte do Gravatá, mesmo porque temos a frente desse evento um dos maiores e mais antigos bloco carnavalescos da Bahia, que é o Alvorada”, compartilha Dado Brazzawilly.

A conexão dos artistas com o samba do Alvorada se dá pelo respeito às tradições afro-brasileiras, sendo o tambor e a ancestralidade elementos centrais em suas expressões artísticas, pontos valorizados pelo cantor Thiago Costa (Pagode do Thiago) no seu trabalho. “Eu parto da premissa que o samba não é apenas um estilo musical. O samba é um estado de espírito, ele conecta pessoas, ele conta histórias, ele traz conhecimento, ele agrega valores e através da minha música eu consigo transmitir sensações, sentimentos, vibrações e ancestralidade. Ancestralidade essa que tem tudo a ver com o cinquentão da avenida”, pensa.

“Para mim é motivo de muito orgulho fazer parte da grade de atrações desse evento maravilhoso. O bloco Alvorada além de ser esse pioneiro no carnaval, está sendo também o pioneiro na inserção da nova geração do samba e principalmente a valorização de pratas da casa”, lembra o cantor.

O Alvorada se firmou como pioneiro na sexta-feira de carnaval, sendo também um espaço que acolhe novos talentos do samba, contribuindo para a renovação e continuidade desse gênero musical. Mas alguns desafios como a busca por apoio financeiro e patrocínio marcam a trajetória do bloco.

“O principal desafio para as entidades de matriz africana é o apoio, o patrocínio. Acho que se não fosse esse Programa Ouro Negro [edital que concede apoio financeiro às entidades de matrizes africanas], seria muito difícil a gente estar colocando essa entidade do Alvorada com esse peso, da maneira que a gente coloca. Seria muito difícil manter viva essa tradição do samba no carnaval de Salvador, até porque a iniciativa privada não chega muito para propor os blocos de samba”, observa Vadinho.

A celebração do cinquentenário reforça o compromisso do bloco com a diversidade cultural do samba, abrangendo estilos como samba de roda, partido alto, samba chula e pagode.

“Nós chegamos aos 50 anos. É um momento especial. Agora, sobre a continuidade, uma coisa é certa: a nossa referência maior, que é o samba vai estar presente. Vai ser muito difícil se falar do samba no carnaval da Bahia, falar do samba de norte a sul de Salvador, sem falar de uma entidade chamada Alvorada”, garante o presidente.

44ª Lavagem da Fonte do Gravatá, Ladeira da Independência (Nazaré) / Domingo (16), das 13h às 20h / Com Nu Balanço, Dado Brazzawilly & Swing do Pelô e Movimento, com participações de Ariane Bastos (Sambari), Thiago (Pagode do Thiago), Vieira (Fragmentos de Samba), Aloísio Menezes e ala de canto do Alvorada / Gratuito

*Sob supervisão do editor Chico Castro Jr.

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