CARNAVAL 2026
Bruno Monteiro defende critérios do Ouro Negro após 51 blocos ficarem fora do Carnaval
Secretário cita alta demanda como justificativa

Por Edvaldo Sales e Victoria Isabel

Após a divulgação do resultado provisório do edital Ouro Negro 2026, que deixou 51 blocos e entidades culturais tradicionais como suplentes no Carnaval de Salvador, o secretário estadual de Cultura da Bahia, Bruno Monteiro, comentou as mudanças que podem excluir nomes históricos da festa. Segundo ele, o crescimento do programa e a alta demanda tornam impossível contemplar todas as inscrições, ainda que muitos grupos sejam reconhecidos pela importância cultural.
Apesar das críticas, Bruno Monteiro afirmou que o Ouro Negro segue como o maior programa de valorização da cultura identitária da Bahia. “Temos um orgulho gigante de termos triplicado o Ouro Negro desde que assumimos em 2023. O Carnaval da Bahia não existiria sem os blocos afro, de samba, reggae e matriz africana”, disse.
Entidades como Bloco da Saudade, Apaches do Tororó, Ara Ketu, Muzenza, Bankoma, Arrastão do Samba, Mundo Negro e Dandara figuram na lista de suplentes, após a Comissão de Seleção deixar de aplicar o remanejamento de faixas, prática prevista no edital e utilizada nos últimos três anos. A alteração foi feita sem comunicação prévia, o que gerou reação entre os blocos afro e de matriz africana.
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Monteiro argumenta que o crescimento do orçamento também aumenta a procura, dificultando o atendimento a todos os inscritos. “É um edital, não consegue abrigar todo mundo. A mudança de critérios foi construída em diálogo com os movimentos com a sociedade civil com esses blocos. Agora, sempre acontece quando alguém fica de fora, acha que a regra foi feita para o prejudicar. E a gente não trabalha assim. Nós não trabalhamos pensando em em atender A ou B. Nós pensamos numa política pública democrática que garanta acesso a todos, completou”, afirmou.
Mudança no remanejamento e possível apoio complementar
O secretário também explicou que o novo modelo não impede que suplentes recebam apoio. “O que mudou é que agora cada cada bloco que não fosse classificado naquela faixa, poderia descer até duas faixas para ser contemplado. Só que, acontece que nenhuma faixa teve sobra de vagas. A procura foi muito grande, bons projetos foram apresentados. Isso não significa que não terá algum tipo de apoio” explicou Bruno.
Bruno Monteiro reforçou que a avaliação do programa não pode ser feita com base na insatisfação de quem não foi contemplado, e sim no impacto geral para a cultura.
“Não podemos medir o sucesso a partir de quem ficou de fora, mas pela política como um todo. O Ouro Negro chega ao maior valor da sua história, com R$ 17 milhões, valorizando nossa identidade no Carnaval de Salvador, nos interiores e nas festas populares”, concluiu
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