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CULTURA

"Cancelamento só existe para pessoas pretas", diz Kenia Maria ao avaliar BBB 21

Por Gabriel Andrade

06/02/2021 - 6:05 h
Atitudes de Karol Conká tem sido criticadas pelos telespectadores do programa da Globo | Foto: Reprodução | TV Globo
Atitudes de Karol Conká tem sido criticadas pelos telespectadores do programa da Globo | Foto: Reprodução | TV Globo -

Os recentes acontecimentos envolvendo Karol Conká e Lucas Penteado no 'Big Brother Brasil 21' geraram debates nas redes sociais sobre a cultura do cancelamento. Em entrevista ao Portal A TARDE, a produtora, atriz e defensora dos Direitos das Mulheres Negras da ONU, Kenia Maria, analisou o caso. “Pelo direito à humanização das pessoas negras, inclusive quando elas erram. Ali tiveram erros gravíssimos, abuso, violência psicológica, mas que precisam ser avaliadas da mesma forma que avaliamos pessoas brancas”, declara.

As atitudes de Karol Conká tem sido criticadas pelos telespectadores do programa da Globo. Ela, que chegou a isolar e expulsar o ator de ambientes da casa, já teve pedidos de expulsão do reality como os assuntos mais comentados das redes sociais durante diversos dias.

Kenia tem se posicionado após os ataques de Karol dentro do BBB21. Na sua análise, as coisas que acontecem dentro da casa dizem muito sobre o Brasil.

“Essa edição [do BBB] vai ficar bem marcada. Estamos vivendo um momento tenso na política brasileira, em plena pandemia, e ali não tem como negar que aqueles corpos representam discursos que foram debatidos entre a chamada esquerda e direita”, conta.

“Então a gente não pode deixar de entender que ali existem pessoas que representam os principais debates que foram muito caros para todos esses grupos sociais”, esclarece.

Apesar de denunciar e criticar as atitudes de Karol, Kenia lembra que o Brasil é um país racista e defende a humanização de pessoas negras.

“Não vou ficar nesse lugar de dizer quem é a Karol, são 10 dias para avaliar uma mulher negra em um país que tem um sistema, um projeto de poder , para pessoas brancas e se compromete a odiar mulheres negras, é difícil julgar nesse contexto”, diz.

Imagem ilustrativa da imagem "Cancelamento só existe para pessoas pretas", diz Kenia Maria ao avaliar BBB 21
| Foto: Daniel Chiacos | Divulgação
Kenia Maria é defensora dos Direitos das Mulheres Negras da ONU, produtora e atriz | Foto: Daniel Chiacos | Divulgação

Ao ser perguntada sobre a “cultura do cancelamento” - nome dado para definir a cultura de boicote, especialmente a celebridades e figuras públicas, no tribunal virtual das redes sociais -, Maria analisa que a situação é diferente para pessoas brancas e negras.

“É claro, existe [cultura do cancelamento] para pessoas pretas. E como cancelar é continuar matando simbolicamente pessoas negras nesse espaço de poder que é a internet, o cancelamento tá aí pra isso”, conta.

“Pessoas brancas não são canceladas, elas erram e são contratadas novamente. Eu falo, tenho atitude racista em rede nacional, isso passa e depois sou contratado por outra emissora. A gente precisa deixar bem claro que cancelamento existe para pessoas negras”, explica.

“Para a mulher negra não tem nem a primeira chance, quem dirá a segunda. E ela será julgada nesse lugar e isso é injusto e racista sim”.

Conká já perdeu cerca de 400 mil seguidores no Instagram, um programa com sua participação deixou de ir ao ar no canal GNT e a cantora teve sua participação cancelada em um festival.

Segundo o levantamento feito a pedido da revista Forbes pela Brunch, agência que gerencia a carreira de influenciadores digitais, as perdas de Karol relacionadas a publicidade no Instagram, shows e programas de TV podem chegar a R$ 5 milhões.

O cantor Biel, que participou do reality ‘A Fazenda’, da Record, no ano passado, chegou a ser acusado por uma jornalista de assédio sexual, ser denunciado por sua esposa de violência física e psicológica. Entretanto, apesar das críticas nas redes sociais, ele recuperou a simpatia de parte do público e chegou em segundo lugar no programa.

Xenofobia

Outra crítica direcionada a Conká é que ela foi preconceituosa ao fazer uma associação entre o comportamento expressivo e falante da colega de reality, a advogada e maquiadora Juliette, que mora em Campina Grande, na Paraíba, e sua origem geográfica, o que a levou a ser acusada nas redes de xenofobia.

Para Kenia, isso representa, mais uma vez, a forma como a sociedade funciona. “Eu ouço uma voz que não me agrada, que brancos inventaram que é errada e negros, por conta do racismo, reproduzem que aquela fala não deve existir”, explica.

“A gente coloca mais uma vez a responsabilidade no topo da pirâmide social brasileira que é o homem e a mulher branca, que apontaram o que deve e o que não deve existir. A gente se espanta, mas a gente está vendo o que foi piada durante muito tempo, olha quem é o brasileiro, o que o Brasil fez do Brasil”, relata.

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