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CULTURA

‘Caravana Black Week’ promove dois dias de desfiles no Museu de Arte (MAB)

Com desfiles que combinam elementos ancestrais e tendências contemporâneas, o evento busca promover a valorização cultural

Por Gláucia Campos*

27/11/2024 - 5:40 h
Imagem ilustrativa da imagem ‘Caravana Black Week’ promove dois dias de desfiles no Museu de Arte (MAB)
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O Museu de Arte da Bahia vai receber, amanhã e na sexta-feira, a primeira edição da Caravana Black Week - Moda e Enfrentamento, promovida pela Associação Civil Filhos de Bárbara (ACFBA).

Com desfiles que combinam elementos ancestrais e tendências contemporâneas, o evento busca promover a valorização cultural e abrir novas oportunidades para jovens modelos e estilistas, além de dar visibilidade ao trabalho de artesãs e bordadeiras.

Na quinta-feira, vai ocorrer desfiles de estilistas de moda negra, com peças no estilo street wear, que acompanham as tendências das roupas dos jovens negros soteropolitanos. Além de acessórios feitos pela ACFBA e lançamentos de modelos negros para o mercado de trabalho.

Já no segundo dia, o desfile será mais clássico com peças dos bordados rechilieu (ou richelieu) e barafunda. As peças foram produzidas por 25 bordadeiras baianas e estarão disponíveis para venda.

Para Pai Roberto, líder da ACFBA, a Black Week representa um marco na valorização da moda negra e no resgate de tradições. "É um palco muito importante, uma parceria governamental que permite mostrar o que a moda negra jovem está vestindo hoje e lançar modelos negros no mercado de trabalho. Em edições passadas, jovens ganharam oportunidades que mudaram suas vidas, como um rapaz que foi para Milão após o desfile", relembra.

Ele também comentou que um destaque da Caravana é a integração entre as gerações. Enquanto os jovens estilistas trazem inovação e modernidade às passarelas, as bordadeiras mantêm viva a tradição de técnicas passadas de geração em geração. "Essa troca é fundamental. Temos estilistas que adaptam os bordados ao street wear e bordadeiras que se sentem valorizadas ao verem seus trabalhos ganhar novos contextos. É um encontro do passado com o presente", destacou Pai Roberto.

Bordando sonhos

As bordadeiras da ACFBA desempenham um papel central na Caravana Black Week. Com o domínio das técnicas de rechilieu e barafunda, elas produzem peças únicas que combinam tradição e funcionalidade. Para Pai Roberto, o trabalho dessas artesãs é essencial para a preservação cultural e para a geração de renda: "São 25 mulheres que, com seu conhecimento ancestral, criam vestidos, batas, saídas de praia e outras peças que estarão no ponto alto do evento, o desfile do dia 29”.

Segundo ele, as bordadeiras, muitas delas chefes de família, veem no projeto uma oportunidade de sustento e autonomia econômica.

O projeto de bordados começou há 10 anos e desde então capacitou cerca de 400 mulheres, entre Salvador e o interior do estado. Pai Roberto enfatiza o impacto econômico: "Às vezes, uma colcha de rechilieu gera mais renda do que o marido na agricultura familiar consegue em um mês. Essas mulheres são chefes de família, guerreiras que garantem o sustento por meio desse trabalho”.

O bordado rechilieu, aliado à técnica de barafunda, é apresentado como uma forma de perpetuar saberes ancestrais e adaptá-los às demandas da moda contemporânea. “O trabalho delas transforma os conhecimentos de axé em peças como saias, batas, vestidos de noiva e saídas de praia, que têm grande aceitação no mercado. Esse é o coração do projeto”, explica Pai Roberto.

Desafios e sonhos

Para Pai Roberto, embora o desfile costume ser exitoso e atraia compradores para as peças, a ausência de uma loja física para exposição permanente acaba limitando as vendas, que dependem de encomendas ou feiras.

“Após o desfile, há um grande movimento de pedidos, mas depois voltamos a depender de sacolas e mostruários itinerantes. O desfile chama atenção, gera encomendas, mas, passado o momento, essas mulheres precisam voltar ao modelo de vendas porta a porta. Nosso objetivo é garantir mais estabilidade e ampliar as oportunidades de renda para elas. Nosso sonho é uma loja fixa, onde as pessoas possam encontrar nossas peças a qualquer momento”, afirma.

Ele explicou que parte dos recursos do edital são destinados à compra de tecidos, aviamentos, merenda e formação das bordadeiras. No entanto, a continuidade do trabalho também depende das vendas realizadas após o evento. "É essencial que as vendas sejam boas para que elas possam reinvestir no material e manter o fluxo até o próximo projeto", explica.

A expectativa de Pai Roberto com o Caravana Black Week é movimentar a economia criativa e solidária, além de dar visibilidade aos talentos emergentes. "Cada edição é uma oportunidade para os jovens e para as bordadeiras. Queremos que esses desfiles continuem sendo vitrine para as grandes marcas e inspiração para outros estados e até países", conclui Pai Roberto.

Segundo ele, além de promover a valorização cultural, a Caravana destaca o impacto direto na vida das bordadeiras e dos jovens envolvidos. "Movimentamos a economia criativa, e essas mulheres, que muitas vezes são chefes de família, têm no bordado uma fonte de sustento", explicou.

O evento cria conexões entre a tradição dos saberes ancestrais e o mercado contemporâneo, transformando o desfile em um ato de resistência e celebração da identidade cultural negra.

CARAVANA BLACK WEEK - MODA E ENFRENTaMENTO / Amanhã e sexta-feira (29), 16h / Museu de Arte da Bahia / Gratuito

*Sob supervisão do editor Chico Castro Jr.

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