CULTURA
Carnaval de 2026: Associação quer blocos em reunião do Comcar
MP teria definido novo encontro com presença de todos
Por Madson Souza

A assembleia geral do Conselho Municipal do Carnaval e Outras Festas Populares (Comcar), marcada para 10 de abril deste ano, tem gerado polêmica com a Associação de Blocos de Salvador (ABS), por limitar a participação no debate apenas a conselheiros. Durante a reunião, que vai ser realizada na sede do Ministério Público da Bahia (MP-BA), vão ser discutidas novas regras para o Carnaval de Salvador em 2026.
O Comcar é composto por órgãos públicos do Estado, de Salvador, a Empresa Salvador Turismo (Saltur), Secretaria de Turismo do Estado da Bahia (Setur), Polícia Civil, Policia Militar, Corpo de Bombeiros, além de associações de blocos e de camarotes, sindicatos de ambulantes e cordeiros e outras organizações.
Nesse encontro vai ser debatido o regulamento e os critérios para os desfiles de entidades carnavalescas, que segundo o secretário geral do Comcar, Jairo da Mata, necessita de reformas. “A gente quer regras claras, objetivas, que evitem judicialização no Pré-Carnaval que tem ocorrido. Pela caducidade, o nosso regimento interno foi modificado recentemente e regras e critérios também devem ser modificados para evitar que haja algum questionamento Pré-Carnaval”, comenta.
Diante desse cenário a ABS demonstra preocupação de que decisões sejam tomadas na assembleia sem que alguns blocos possam ser consultados sobre o tema, já que não possuem representação entre os conselheiros oficiais do Comcar. Ainda no Carnaval deste ano, a ABS entrou na Justiça com o intuito de garantir o direito de seus associados desfilarem no circuito Barra/Ondina.
‘Discussão com todos’
O presidente da ABS, Aldry Anunciação, explica que havia um entendimento passado pelo Ministério Público em reunião ocorrida no dia 18 de fevereiro, de que o novo encontro no dia 10 de abril iria contar com a presença de todos os blocos. “O Ministério Público, junto com o Comcar, iriam fazer essa discussão com todos os blocos presentes apresentando sugestões, discutindo sobre a organização e atualização desses critérios dos desfiles dos blocos”, conta.
Ele reforça que existem blocos que desfilam há mais de 10 anos, que não possuem representação no conselho e vão ficar sem voz na discussão. Aldry indica que existem pelo menos oito blocos nessa condição. Conforme o presidente da ABS, a discussão é de fundamental importância para se chegar a um consenso que contemple a todos sobre o “que é ser bloco, como é o bloco de afoxé, como é o bloco de índio, como é o bloco de samba, como é o bloco de mascarados que sai sem corda". "Então essas entidades precisam dar a sua colaboração nessa reunião junto com o Comcar”, diz.
Um dos apoiadores da ABS, o presidente do bloco carnavalesco Afro Dana Dana de Coutos, Ademar Conceição Leal, discorda da realização da assembleia sem que todos os blocos interessados possam participar. “Vão tratar de assuntos dos blocos para o Carnaval, no qual os blocos participam, desfilam, e parte dos blocos não podem decidir. É ilegal até fazer uma reunião assim e a gente não participar”, pontua.
Ciente das manifestações, Jairo reforça que “se for necessário fazer uma consulta mais ampla, faremos, mas isso vai ser tratado na assembleia que é específica”. “Não é a assembleia geral das entidades carnavalescas, é a assembleia do Conselho Municipal do Carnaval, com seus membros. Senão ficaria inviável uma discussão técnica. Estamos estabelecendo mudanças no regulamento das regras e critérios do Carnaval. Os representantes vão discutir, opinar, debater, e, se for o caso, votaremos ainda naquele dia”, afirma.
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