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CULTURA

Cauby Peixoto lança álbum com músicas de Bossa Nova

Por Daniel Oliveira

01/12/2015 - 8:02 h
Cauby Peixoto
Cauby Peixoto -

À primeira vista parece estranho que Cauby Peixoto tenha gravado um disco de bossa nova. É que o dono de uma das vozes mais aclamadas da música brasileira sempre foi mais associado ao samba-canção da Era do Rádio do que ao gênero criado por João Gilberto, Vinicius de Moraes e Tom Jobim.

Mas, analisando a trajetória do artista, de 84 anos, é possível perceber que "A Bossa de Cauby Peixoto", álbum lançado em 6 de novembro pela Biscoito Fino, é resultado de um interesse crescente do autor pelo gênero, já sinalizado em outros trabalhos, que incorporaram sorrateiramente músicas da bossa nova.

Parte dessas canções foram regravadas nesse último disco, que tem no repertório apenas três inéditas na voz do cantor.

"São músicas que cantava em meus shows. As que estão sendo consideradas inéditas, "Até Quem Sabe" e "Razão de Viver", foram apresentadas para mim, a primeira pela minha empresária e a segunda pelo produtor Thiago. Já "Este Seu Olhar" foi escolha minha ", revela Cauby.

O jornalista Rodrigo Faour, autor da biografia autorizada de Cauby, acrescenta no texto de apresentação do álbum que, antes mesmo da difusão nacional da bossa nova, o artista "aderiu" ao gênero ao gravar, em 1956, Foi a Noite, de Tom Jobim e Newton Mendonça.

De acordo com o cantor, essa aproximação ocorreu naquela época por conta da referência no jazz, compartilhada entre ele e os representantes da vertente musical que se anunciava: "Como a bossa nova é derivada do jazz, que é a minha praia, já percebia o sucesso e o novo estilo e a modernização na maneira de cantar".

Bossa passional

Mesmo reconhecendo essa inovação no modo entoativo da bossa nova, Cauby mantém o perfil crooner, de voz grave (um legítimo barítono), empostada e eloquente no álbum. Essa particularidade torna as interpretações distantes (e opostas) do universo anti-passional do gênero. Ou seja, o conceito é evocado menos no canto e mais no repertório e nos arranjos.

Nesse sentido, o piano de Alexandre Vianna assume a responsabilidade pela arquitetura sonora bossa-novista em oito das dez faixas. Apenas as composições de Johnny Alf, "Ilusão a Toa", com Ronaldo Rayol no violão, e "Eu e a Brisa", com Daniel Bondaczuk no piano, não têm a presença do instrumentista na condução harmônica.

A elaboração do projeto do disco começou no 1º semestre de 2015, quando o cantor estava internado em estado grave. Em visita de Thiago Marques Luiz, que assina a produção do álbum, Cauby propôs gravar a obra. Poucas semanas depois, após receber alta, já estava em estúdio.

Segundo Cauby, a idade e os problemas de saúde não interferem na sua produtividade e as experiências de gravação continuam sendo positivas. "A sensação é ótima. Tenho gravado de oito anos para cá praticamente dois CDs por ano. Isso quer dizer que ainda tenho capacidade vocal para gravar".

Faixas

O repertório de A Bossa de Cauby Peixoto foi decidido pelo cantor e os seus dois fiéis escudeiros, Thiago e a empresária Nancy Lara, a partir de critérios subjetivos. "Em todos os estilos tem as melhores e procuramos, claro, as mais bonitas".

Metade das faixas é de autoria de Tom Jobim: a de abertura, "Dindi" (com Aloysio de Oliveira), a de piano marcante "O Amor em Paz" (com Vinicius de Moraes) e as icônicas "Wave" e "Samba do Avião", além da citada "Este seu Olhar". O álbum tem ainda a melancólica Preciso Aprender a Ser Só, dos irmãos Marcos e Paulo Sérgio Valle.

É com esse repertório que o artista preserva as suas singularidades e reafirma referências, como Orlando Silva, Nat King Cole e Frank Sinatra. Até gravando bossa nova Cauby dá o seu tom.

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