Cinzas de Saramago repousarão em Lisboa à sombra de uma oliveira

As cinzas do prêmio Nobel português José Saramago, falecido na semana passada, repousarão num jardim de Lisboa à sombra de uma oliveira centenária, que virá de sua cidade natal, Azinhaga, informou neste sábado,26, o site de sua Fundação.

Ficarão no parque "Campo das cebolas", situado "em frente à Casa dos Bicos, sede da Fundação José Saramago, precisa um comunicado.

"Um banco colocado perto permitirá a seus amigos ler trechos de sua obra ou observar a paisagem em torno que o escritor admirava" precisa o texto.

A prefeitura de Lisboa havia cedido em 2008 a Casa dos bicos, que deve seu nome à fachada decorada com pedras talhadas em ponta, para acolher a sede da Fundação do escritor, premiado com o Nobel em 1998.

Luto – O corpo de Saramago, que morreu no dia 18 de junho, aos 87 anos, na Ilha espanhola de Lanzarote, havia sido repatriado a Portugal que decretou luto de dois dias.

Pilar del Rio, a viúva do autor de "Evangelho segundo Jesus Cristo", "Ensaio sobre a Cegueira" "Memorial do Convento", havia evocado num primeiro momento a possibilidade de as cinzas de Saramago serem dispersas entre Azinhaga, sua cidade natal, e Tias, localidade nas Canárias onde viveu os 17 últimos anos de sua vida.

Nascido em 16 de novembro de 1922, Saramago publicou em 60 anos cerca de trinta obras, entre novelas, poesias, ensaios ou peças de teatro.

Apesar de estar debilitado por conta de uma leucemia, José Saramago trabalhava em uma nova "novela de ideias, sobre a brutalidade da guerra", da qual tinha escrito "em torno de 20 páginas", segundo seu editor português Zeferino Coelho.