TRIBUTO
Circo Picolino realiza festival até domingo na orla de Pituaçu
Evento Dance no Circo contará com espetáculos e oficinas
Por Eugênio Afonso

Como quase toda manifestação artística, a dança, considerada um movimento corporal ancestral, também tem um dia pra chamar de seu. Todo 29 de abril é comemorado o Dia Internacional da Dança.
Para celebrar a data, o Circo Picolino e o Coletivo Casa4 se anteciparam e realizam, de hoje a domingo, o festival Dance no Circo, com todos os espetáculos e oficinas do evento acontecendo no próprio Picolino (orla de Pituaçu).
“Dentro das comemorações, a gente quis estar, nesse mês da dança, reverenciando a linguagem, sendo que também a dança é uma das linguagens presentes nas artes circenses”, comenta Luana Tamaoki, umas das coordenadoras do Picolino. Ela garante, inclusive, que este é um bom momento para aproximar pessoas que trabalham com dança e circo com o intuito de misturar estes dois universos.
Então, vamos à programação. Me Brega, Baile! é o espetáculo que abre o festival, hoje, a partir das 20h, com uma grande festa de dança de salão. Logo em seguida, acontece uma balada com discotecagem do DJ Prettin D’kingo.
Espetáculo-baile que utiliza as danças de salão como principal linguagem, Me Brega, Baile! é coreografado por quatro homens gays, questiona a heteronormatividade como padrão de comportamento nestes espaços e propõe outras formas de se pensar e praticar a dança a dois.
Resistência e arte
Amanhã, 26, às 19h, é a vez do Dança e Circo - Uma Noite Para Dançar no Circo, inspirado nos grandes shows de variedades circenses, mas que nesta noite contará também com apresentações de dança.
No palco, Luana Tamaoki Serrat e Nina Porto (elástico acrobático), Felipe Cerqueira (corda ou tecido), Coletivo Casa 4 (trecho de Me Brega, Baile!), Jocélia Freire e Saulo Assis (samba, dança de salão), Doug Rodrigues (lira), Alexis Ayala (faixa), Maria (trapézio) e Adam Akumã (dança acrobática).
Marcelo Galvão, integrante do Casa4 e produtor do Picolino, garante que o festival é, acima de tudo, um ato de resistência e que a noite de amanhã estará recheada de performances, sempre enaltecendo a dança e as atividades circenses. “Vai ser um cabaré com direção do Coletivo Casa4, convidando artistas de Salvador para trazer mais movimento à cena baiana”.
E para encerrar a maratona, domingo (27) é dia de Oficinas Dance no Circo, das 8h às 17h, com aulas de dança para terceira idade (Marcelo Galvão), dança de salão (Leandro Oliveira), dança aérea (Luana Tamaoki Serrat), dança afro (Lucimar Cerqueira), dança acrobática (Adam Akumã), além de uma experiência sobre contorção (Felipe Cerqueira).
Abertas ao público, as oficinas podem ser feitas por qualquer pessoa que tenha interesse, no entanto algumas delas exigem experiência e limite de idade. Portanto, para mais detalhes, consultar o Instagram @circopicolino ou o WhatsApp 71 99602 1811.
Arte e acolhimento
Para Galvão, dança e circo trabalham com o movimento corporal como princípio de pesquisa para a cena. “Quando você vê circo, você enxerga dança, e quando você vê dança, enxerga circo. É uma simbiose que funciona muito bem”, decifra o produtor.
Doug Rodrigues, artista circense que se apresentará amanhã, lembra que o circo abraça e acolhe todas as artes. “A dança sempre esteve presente, de forma direta ou indireta, nas performances dos artistas. O palhaço também dança, o acrobata dança enquanto faz sua performance. Eu costumo dizer que tudo que se move, dança. Então, a dança é um tempero especial que dá mais sabor ao circo”.
“Quem vier nos assistir vai ver muitos artistas incríveis em cena, gente de diversas aéreas trazendo toda a potência da sua arte pra emocionar quem estiver com a gente. Eu vou fazer uma performance na lira, um aparelho aéreo super interessante que nos permite dançar e fazer giros em um aro suspenso. É muito desafiador pra quem faz e emocionante para quem assiste”, convida Doug.
E por ter consciência do enorme potencial artístico que é o picadeiro, ele lamenta que a Bahia só consiga enxergar o circo e a dança em contextos de entretenimento, ou seja, nos palcos dos maçantes festivais e das famosas bandas de pagode e axé.
“O grande exemplo disso é a luta diária que o Picolino – formador de artistas e peça fundamental da arte em nossa cidade – enfrenta para existir em meio à marcha do ‘progresso’. Mas o circo resiste em extravagância e cores mil. E a dança resiste dentro do circo”, desabafa e finaliza, Rodrigues.
Dance no Circo / 25, 26 e 27 de abril / horários variados / R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia) / Circo Picolino (Av. Octávio Mangabeira – Pituaçu) / @circopicolino
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