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CULTURA

Coluna Palpite: "Pânico na Band" causa enjoo e abusa do humor machista

Por Murilo Melo

24/04/2012 - 13:11 h | Atualizada em 22/01/2021 - 0:00

>> O que você acha do programa “Pânico na Band”?

Os meninos do "Pânico na Band" conseguem fazer o dever de casa direitinho quando o assunto é falta de educação, desrespeito e baixaria sem limite. Após oito anos na Rede TV!, em meio à queda de audiência e fracasso publicitário, a turma trocou de canal. Assinou contrato com a Rede Bandeirantes, ganhou dinheiro dobrado para investir na produção e em troca faturou mais fãs pelo país inteiro, saindo dos seis para doze pontos de audiência*. Porém, na prática, mudou de emissora e só. O resto continua mais do mesmo: um circo eletrônico de sempre, com palhaços sem graça.

A atração que é comandada por Emílio Surita e vai ao ar todos os domingos na emissora paulista, anda prendendo a atenção dos jovens em frente à TV. Intrigante é perceber que o salto na audiência endossa o caráter apelativo, insistência em quadros sem conteúdo e politicamente incorretos responsáveis por sujar a imagem do humor brasileiro, tão bem construído por Chico Anísio e Jô Soares.

Mas os telespectadores do programa parecem não dar trela a isso. Eles admiram a postura corajosa e determinada da turma. Os comentários nos blogs e fóruns não negam: as pessoas gostam do "Pânico" porque é uma inversão dos programas tradicionais. É um sarro com quem aparece bonitinho em frente às câmeras e nunca é apelidado. Não existe censura quanto a brincar com bizarrices e padrões, isso talvez explique a popularidade dos humoristas.

Com uma proposta de satirizar acontecimentos e pessoas (na maioria das vezes artistas ou celebridades instantâneas), lá estão eles como repórteres abordando suas vítimas em festas badaladas e eventos publicitários que, na maioria das vezes, para não dizer todas, abusam, tripudiam e derrapam em direção à grosseria.

Na internet, o programa divide opiniões. É febre no Twitter em todos os sentidos. Na segunda-feira (23) começou a liderar, só que negativamente, com uma corrente nas redes sociais. O #ForaPanico ganhou evidência de internautas após a grande repercussão da última edição, que foi ao ar neste domingo (22).

Em um dos blocos, a Panicat Babi Rossi foi obrigada a escolher se desejava cortar o cabelo careca, como Marcelo Tas, ou deixar um moicano, assim como o jogador Neymar. Perdida, Babi optou por raspar o cabelo. Um cabeleireiro no palco passou a máquina nos longos cabelos loiros dela, que ficou totalmente careca chocando muitos telespectadores.

Há quem defenda que pelo riso vale tudo, mas não é o que acham Carolina Dieckmann e Luana Piovani. Ambas levaram o programa à justiça após as brincadeiras que, segundo elas, são reprováveis. "Não gosto do trabalho que eles fazem. Usar a imagem das outras pessoas para fazer chacota é problema", revelou Carolina Dieckmann, ao processar a equipe.

Mas nem tudo pode ser descartado na atração dominical. Entre esses achados inesperados, só para citar um exemplo, o "troféu Joel Santana", onde um repórter finge ser um americano para ouvir quem fala melhor inglês no universo global, foi um daqueles acertos em cheio. Apesar de, como sempre, o humorista gritar muito além do que deveria, ele consegue arrancar situações espontâneas.

O "Pânico" muitas vezes cria histórias armadas e conflitos programados. Soa artificial. Nos tempos de Rede TV, vivenciaram casos de polícia; enterraram Sabrina Sato viva no dia do próprio aniversário; colocaram panicats em poças de minhocas; foram ao velório de Amy Winehouse encenar cenas típicas de emoção; tentaram arrotar no rosto da veterana atriz Laura Cardoso e penetraram um termômetro no ânus de um dos repórteres.

Agora na Band o roteiro é o mesmo. O programa tem uma linha machista e preconceituosa. A começar pela superexposição de mulheres seminuas. Abusam de piadas com gays, os rapazes tratam as mulheres que participam do programa, principalmente Sabrina Sato e as panicats, com depreciação e ainda dizem que fazem humor inteligente.

Quem pretende acompanhar um programa de humor é melhor mudar o canal. A atração, desgastada por enorme duração em seus quadros (o programa inteiro dura cerca de 2h30), dá enjoo desde o momento que inicia e consegue, em mínimos detalhes, ser realmente capaz de causar pânico em qualquer família em plena rede nacional.

Não convenceu:

- O perfil das Panicats. Aviso às interessadas: a Band só aceitou "currículo" de mulheres gostosas e loiras (claro), que soubessem falar "não sei", "tipo", "Ah, sei lá". Preocupante.
- Deveras, um caso a ser estudado são os mais de 150 flashes de bundas somados com dezenas de palavrões exibidos somente no programa do domingo.
- Não fosse apenas isso, a longa duração do humorístico chega a ser angustiante. Ninguém merece perder mais de duas horas acompanhando um besteirol brasileiro.

Convenceu:

- A abertura, o cenário e a produção do programa. As legendas e interferências gráficas são de qualidade admirável. São descontraídas e divertidas, únicas, até então, a não apelar para a baixaria.
- E é por ser divertida que Sabrina Sato é lembrada pelos internautas. A moça não tem nada de santa, mas se tornou ícone do programa por demonstrar "inocência" e descartar a grosseria. A galera aprovou.
- A propósito, não se pode negar que a turma é expert em caracterização. Chegam a enganar até quem presta bastante atenção em cada detalhe. Os caras se saem bem nisso. São atores.

*Cada ponto de audiência equivale a 60 mil domicílios na Grande São Paulo e são prévios, fornecidos pelo Ibope.

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