RUAS DE LETRAS E MAGIA
Com 135 painéis e 60 autores, Flipelô volta nesta quarta-feira
Evento pretende se firmar como uma das maiores festas literárias do País
Por Tiago Freire*
Reconhecida como um dos principais eventos literários do Brasil, a Festa Literária Internacional do Pelourinho (Flipelô) retorna para uma nova jornada este ano. A sétima edição do evento traz na programação escritores renomados e atividades culturais que movimentam todo o Pelourinho e entorno, a partir desta quarta-feira, 9, até domingo – tudo gratuito.
Realizada pela Fundação Casa de Jorge Amado e correalizada pelo Sesc, a Flipelô já se consolidou como uma programação para a afirmação de atividades culturais de qualidade e, em sua 7ª edição, homenageia a escritora Maria Stella de Azevedo Santos, Mãe Stella de Oxóssi, uma das Ialorixás mais importantes do país.
“Mãe Stella foi uma personalidade sui generis: ialorixá, escritora, orientadora, muito amiga de Jorge Amado”, pontua Angela Fraga, coordenadora da Flipelô.
“Buscamos trazer essas pessoas ligadas à figura dele e achamos muito justo a escolha dela, que tem sido muito aprovada por todos, é uma homenagem muito acertada”, diz.
Celebrando a Festa
A festa convida o público a mergulhar no universo literário por meio de atividades informativas, bate-papos, lançamentos de livros, slams, saraus de poesia e apresentações musicais totalmente gratuitas. Serão 135 painéis e 60 autores brasileiros e estrangeiros, com este ano tendo um aumento expressivo em autores estrangeiros. Parte da programação será transmitida online, pelo canal do YouTube da Flipelô.
Durante a festa, a Praça das Artes no Pelourinho vai ser ocupada pelo Espaço Infantil Mabel Velloso, que terá uma programação especial voltada para as crianças. Estão previstas oficinas, exposição e vendas de obras literárias, contação de histórias e lançamentos de livros escritos por crianças e pessoas adultas, a maioria com narrativas afrocentradas, criadas por autoras e autores negros.
A Arena e o Teatro do Sesc Senac Pelourinho serão palcos para a realização de encontros entre escritores e o público. A Vila Literária também irá abrigar debates e lançamento de livros dos escritores independentes e a Casa das Editoras Baianas, onde serão realizados lançamentos e venda de livros, palestras, bate-papos, tudo voltado para a produção literária da Bahia.
Lançamentos Inéditos
Além de encontros, mesas de conversas e exposições, a festa também é um momento para lançamento de obras inéditas, muitas delas com edições especiais somente para a festa.
Uma delas é o livro de contos O pinguelo rígido - Um Surto Baiano, do escritor recifense Diógenes Moura. O autor celebra estar participando do evento novamente e ter essa edição especial do livro na festa. “Estar na FLIPELÔ é importante para mim, eu fui amigo de Myriam Fraga (morta em 2016), uma das idealizadoras do evento, por anos. Fizemos muito trabalho juntos. Estar na festa é prestar uma homenagem à ela”, celebra.
“É um prazer enorme ir pela segunda vez e fiz essa edição especial só para a Flipelô, com que tenho uma relação muito profunda – com o evento e com a Fundação Jorge Amado”, afirma Diógenes.
Arte e Inclusão
A Flipelô conta também com o Espaço da Inclusão, que tem como propósito agregar diversos segmentos ligados à área da inclusão e do social, valorizando as competências e as habilidades de pessoas com deficiência e de jovens em situação de vulnerabilidade social.
O espaço contará com atividades como mesas de conversa sobre escrita diversa, criação de livros acessíveis para crianças com microcefalia e diversas outras atividades. O objetivo é não somente buscar trazer atenção e visibilidade para artistas com deficiências, mas é incentivar que mais pessoas com deficiência possam expressar artisticamente.
“O objetivo dessa acessibilidade é que a arte tem que ser acessível para todos, e que essa acessibilidade tem que ser possível para todos, o que inclui a Flipelô”, explica Daiane Pina, que organiza o espaço há 6 anos. “As pessoas com deficiências têm direito a essa áreas de culturas e têm a capacidade de serem artistas, escritores, poetas. Temos muitos artistas com deficiência e que acabam sendo não vistos pela sociedade por conta do capacitismo”.
“As pessoas ficam muito felizes de participar do Espaço da Inclusão. Não é sempre que elas tem essa acessibilidade de mostrar a cultura dela. Temos um universo extenso de pessoas que frequentam o FLIPELÔ e que podem ter visibilidade de outras formas de viver o mundo, dessas pessoas poderem trazer a visão de mundo dela para o público”, finaliza.
* Sob a supervisão do editor Chico Castro Jr.
Compartilhe essa notícia com seus amigos
Cidadão Repórter
Contribua para o portal com vídeos, áudios e textos sobre o que está acontecendo em seu bairro
Siga nossas redes