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12/08/2023 às 15:41 - há XX semanas | Autor: Franciano Gomes*

BRINQUEDO DE GENTE GRANDE

Em Salvador, miniaturas viram uma paixão em grupos de colecionadores

Portal A TARDE acompanhou um dos encontros de pessoas que colecionam carrinhos temáticos

O que pode parecer apenas mais um brinquedo de criança ou um simples passatempo, é, na verdade, uma fonte de prazer e emoção para muitos adultos. Carrinhos, réplicas de veículos que marcaram época nos cinemas e na cultura pop, ou ainda figuras de ação do super herói favorito são alguns dos objetos que reúnem apaixonados pelo colecionismo de miniaturas em Salvador.

Esses colecionadores se encontram em eventos e compartilham experiências, além de se organizarem para comprar exemplares na internet ou em lojas de brinquedos espalhadas pela capital baiana. Com o sugestivo nome de “Falidos pelas Miniaturas”, um desses grupos é formado pelos amigos Eduardo, Francisco e Selmo.

O Portal A TARDE acompanhou um dos encontros realizados pelo trio dentro de um shopping de Salvador, em parceria com uma loja de brinquedos. Em uma exposição de carrinhos temáticos, que iam de Batman, Star Trek, Star Wars, Jurassic Park e Transformers a viaturas de Bombeiros e Polícia Militar, os três recebiam curiosos e amigos, além de conhecer novos colecionadores.

Um dos “Falidos pelas Miniaturas”, o contador paulista Eduardo Martins diz que a vida de colecionador começou com apenas 7 anos de idade. Hoje, aos 51, ele se dedica a reunir carrinhos temáticos da cultura pop. A paixão é tanta que ele é considerado o maior colecionador de Batman e Star Wars da Bahia.

“Comecei com uma coleção de selos postais, depois fui para uma coleção de chaveiro, e em seguida, coleção de maços de cigarro. Quando eu vim morar em Salvador, em 1993, eu passei por uma gôndola da Hot Wheels e vi um carrinho, me apaixonei logo de cara. Como colecionador, eu percebi que tinha que ter um foco, então escolhi uma Ferrari e comecei a colecionar por ela. Quando eu conheci o ‘Falidos pelas Miniaturas’, fui entendendo como funcionava o colecionismo de miniaturas de carro. Hoje são mais de 30 anos de colecionismo com várias peças e temas, para mim, é uma terapia, um hobby, uma cachaça”, conta.

Segundo Eduardo, o colecionismo pode acontecer a partir de qualquer idade. Para quem está iniciando no hobby, o contador aconselha que a pessoa escolha um foco, que pode ser pela escala, que é o tamanho da miniatura, ou por uma marca e modelo ou fabricante. Ele alerta que geralmente os novos colecionadores querem comprar de tudo, mas com tempo é possível que esse mesmo colecionador não se identifique mais com as miniaturas compradas e gaste à toa.

“No nosso caso, todos do ‘Falidos’, colecionamos carros que foram ícones dos cinemas, da TV e dos videogames [...] É importante não ter vergonha de colecionar, é uma atividade para todas as idades”, ressalta ele.

Francisco Moraes, 39, é colecionador há 13 anos. O técnico de informática começou com bonecos de personagens da década de 80 e 90, como os Cavaleiros do Zodíaco, até conhecer os carrinhos. Ele reclama que a maior dificuldade de se colecionar em Salvador é não ter variedades de miniaturas nas lojas.

“Cerca de 70% do que a gente compra vem de fora de Salvador, de São Paulo, Estados Unidos, Japão…Mas aqui chega pouca coisa, apenas Hot Wheels”, lamenta.

Já o professor de artes Selmo Jesus, 45, além de colecionar, customiza as miniaturas. Embora se entenda como colecionador desde 2010, o também artesão gosta de carrinhos desde criança. Aos 6 anos fez seu primeiro carrinho, de lata de sardinha, após se desentender com o primo mais velho, que não o deixava usar seus brinquedos.

“Eu peguei uma lata de sardinha, quatro tampinhas de garrafa, palitos de pirulitos, furei os quatro lados da lata e fiz meu primeiro carrinho. Dei muitas marteladas nos dedos [risos]. Levei para a escola, um colega viu e me deu um geladinho que eu troquei pelo carro. Voltei para casa, procurei novas latas, encontrei duas, juntei uma na outra, fiz outro carrinho e troquei por mais dois geladinhos. Foi assim que eu comecei a entrar nesse universo da arte", lembra.

Atualmente, Selmo faz customizações das suas próprias miniaturas. Nas coleções mais recentes, produziu viaturas da Polícia Militar, Polícia Rodoviária e ambulâncias de Salvador. Para as viaturas, ele usa sempre os modelos fuscas, que chama carinhosamente de ‘joaninha’. O artista imagina que se a PMBA usasse um fusca, ele seria azul e branco.

Colecionismo também é emoção

De acordo com Eduardo, além do “Falidos”, na Bahia, há pelo menos outros quatro grupos dedicados ao colecionismo de miniaturas. São eles: “Miniaturas Feira e Região", em Feira de Santana, “Bahia Diecast”, “Clube Diecast da Bahia” e o “Miniaturas Bahia", primeiro grupo fundado no estado.

Entre os praticantes do hobby, há quem diga que encontrar a miniatura desejada e poder adicioná-la à sua coleção produz um misto de sensações como relaxamento, prazer e alegria. A assistente contábil Sandra Correia, por exemplo, não conseguiu conter a emoção ao encontrar o carrinho rosa da Barbie, durante um dos momentos mais esperados entre os colecionadores: a abertura da caixa contendo novos produtos em uma loja.

Sandra começou a colecionar por influência do esposo e da filha. Ela conta que busca acompanhar o marido na hora das compras para que ele não compre adquira em excesso. Hoje eles têm juntos quase 150 exemplares.

"Hoje eu vim ao shopping porque ia abrir a caixinha [...] A Hot Wheels, todos os meses, lança carrinhos. Eles vão lançando caixas novas, geralmente, é divulgado no YouTube, mas as lojas de brinquedos nos shoppings avisam. Hoje só tinham duas caixas, e tinha muita gente para pegar. Então quando você consegue o que queria é muita emoção", explica ela, que estava ansiosa na Loja PB Kids do Center Lapa, parceira do “Falidos”.

A loja, em questão, faz o pedido de novos produtos e avisa aos colecionadores quando eles chegam. Às vezes cada colecionador consegue pegar uma caixa, em outras, o fabricante envia poucas, que precisam ser divididas entre todos. O custo de um carrinho varia entre R$ 15 e R$ 20, mas existem modelos ainda mais caros. "Já vi Ferrari de até R$ 1.500”, afirma Eduardo.

Luciano Santos é funcionário público e define o colecionismo como a "melhor coisa que existe". Ele destaca a relação de amizade que surge do hobby. "Tem uma interação com as pessoas, tem o grupo, tem a amizade e a satisfação pessoal de você achar um carro que você não conhece. Teoricamente, você tem o carro, não tem o carro grande, mas tem o carro em miniatura".

Mas nem só de carrinhos vivem os colecionadores. Há vários outros tipos de miniaturas. O colecionador Lucas “Super Actions" já teve de tudo um pouco, mas atualmente, o que tem chamado sua atenção são os toy arts da empresa Funko, ligados à cultura pop.

"Nós saímos da infância, mas a infância não saiu de nós. A criança que eu era ontem, hoje é o adulto com poder aquisitivo que tem prazer em adquirir um pouco do que consumia antigamente, através de action figures e outros colecionáveis [...] Todos são voltados para animes que admiro, animações nostálgicas da Disney, filmes que marcaram minha infância e personagens queridos como o Thor”, conta ele que é bacharel em Ciências Contábeis.

Para Luciano, colecionar é também uma mistura de paixão e paciência. "Sempre procure entender o que você mais gosta e dê foco a isso. Comece talvez com algo que te traga uma lembrança nostálgica de um tempo bom na própria vida. Daí quando você souber o que gosta, quando souber o que é vendido, quais fabricantes, quais locais são mais seguros para adquirir esses produtos, as coisas vão se construindo aos poucos e quando menos esperar você já será um grande colecionador”, aconselha.

*Sob supervisão de Bianca Carneiro

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