Exposição reúne fotografias de Silvio Robatto no Palacete das Artes
![Os Encorados do Pedrão, vaqueiros de gibão e couro, no desfile do 2 de Julho](https://cdn.atarde.com.br/img/2017/12/1200x720/2017121520162738-ScaleDownProportional.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.atarde.com.br%2Fimg%2F2017%2F12%2F2017121520162738.jpg%3Fxid%3D4220911%26resize%3D1000%252C500%26t%3D1719757076&xid=4220911)
“Silvio Robatto foi um artista além de seu tempo. Ele foi precursor do uso de recursos digitais nas fotografias de sua época. Hoje é comum que artistas visuais de todas as áreas lancem mão destes recursos digitais, mas na época de Silvio, não. Ele interferia na fotos de forma muito particular e através desta exposição o público pode conferir esta particularidade dele e seu caráter multifacetado”.
A afirmação é do artista plástico e diretor do Palacete das Artes, Murilo Ribeiro, sobre a exposição Sentido Figurado, do cineasta, diretor de fotografia, arquiteto e fotógrafo Silvio Robatto (1935 - 2008) que será aberta próximo dia 20, no Palacete das Artes.
A mostra, que fica em cartaz até o dia 25 de fevereiro (olhar serviço no final da matéria) , apresenta o trabalho realizado pelo fotógrafo por mais de 50 anos através das suas lentes. São quadros e fotografias que integram parte do acervo privado de Robatto, doado ao Centro de Memória da Bahia (CMB), órgão vinculado à Findação Pedro Calmon.
![Imagem ilustrativa da imagem Exposição reúne fotografias de Silvio Robatto no Palacete das Artes](https://cdn.atarde.com.br/img/2017/12/724x500/750_20171215201744677-1.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.atarde.com.br%2Fimg%2F2017%2F12%2F750_20171215201744677.jpg%3Fxid%3D4220913&xid=4220913)
A coreógrafa Lia Robatto e Silvio Robatto: união de amor e arte (Foto: Arquivo pessoal)
Temas
“Parte das fotos impressas aqui expostas são do acervo material de Silvio, produtos de exposições anteriores, da Pinacoteca de São Paulo (com direito a texto do também artista plástico Emanoel Araújo), Solar do Ferrão, Teatro Vila Velha e várias cidades do interior da Bahia. A outra parte foi ampliada especialmente para esta exposição“ afirma a coreógrafia Lia Robatto, que foi casada com Silvio e organizou todo o acervo fotográfico do marido.
“Muitas fotos são inéditas, até para mim, que acompanhei a vida toda as lides de meu marido como fotógrafo”, destaca Lia, que acrescenta que foi muito difícil escolher, entre muitas imagens e temáticas. “O critério de seleção foi escolher as fotos mais trabalhadas por ele”, diz.
Entre os temas mais recorrentes, Lia Robatto, que também assina a organização da exposição, lista as festas populares baianas, principalmente a do 2 de julho, o mar com suas embarcações, as árvores e o universo humano fotografado durante as muitas viagens de Robatto.
A coreógrafa afirma que na mostra pode-se ver as duas vertentes com características bem diferenciadas do artista: as fotos através de uma técnica fotográfica tradicional e a outra, com predomínio das recriações das suas próprias fotografias, através de interferências digitais. Criações e recriaçõe do próprio artista.
Trajetória
De acordo com Lia, Silvio manifestou muito cedo o desejo de fotografar. Ela conta que foi o pai dele, o cineasta Alexandre Robatto que o iniciou na arte da fotografia através de uma câmera comprada em uma viagem à França. “O acordo, entretanto, foi que só o presentearia se ele aprendesse a revelar na câmara escura do laboratório, instalado do no porão de sua casa”, lembra.
Os primeiros trabalhos de Silvio como fotógrafo foram os registros de seus colegas do Colégio Maristas. Registrou making off de vários filmes de Alexandre Robatto.
Nas festas populares como a Lavagem do Bonfim, o Presente de Iemanjá no 2 de Fevereiro, a Festa de Santa Bárbara, no Carnaval; ou nos festejos do 2 de Julho, o foco de sua lente firmava-se em figuras que representavam a construção de uma identidade baiana como as baianas, os saveiros e pescadores da Baía de Todos-os-Santos
Magia
Murilo Ribeiro, diretor do Palacete das Artes, em texto sobre Silvio Robatto diz que “como um mágico, Silvio fazia personagens sumirem ou aparecerem em outra posição na fotografia feita ou transportada para uma outra foto, sujeita à um critério plástico, estético ou uma composição hipotética e anárquica, no bom sentido”.
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