'LESBIANDADE'
Autora baiana lança livro que aborda desafios de pessoas lésbicas
Lançamento marca a passagem do Dia Nacional da Visibilidade Lésbica, celebrado em 29 de agosto
Por Da Redação

A escritora baiana Dedê Fatuma lança nesta quarta-feira,30, no Casarão da Diversidade, centro de Salvador, o livro 'Lesbiandade'. A obra aborda a construção de identidade e os caminhos percorridos para o entendimento das violências que acometem mulheres lésbicas, bissexuais e dissidentes de gênero. O lançamento marca a passagem pelo “Dia Nacional da Visibilidade Lésbica”, celebrado em 29 de agosto, que reforça a luta por equidade, direitos e inclusão. O livro já está a venda na Amazon e no site da editora Jandaíra. Os valores vão de R$ 29 a R$ 36.
A autora é mestra em Estudos Interdisciplinares sobre Mulheres, Gênero e Feminismo, pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), lésbica, negra, poeta e assistente social. Segundo ela, a publicação se junta a muitas vozes contra um ‘Cistema’ (cisheterossexualidade) que pretende coibir o preconceito contra a comunidade LGBTQIAPN+.
“Vivemos em uma sociedade que orquestra a nossa morte a todo momento. Não à toa, o Brasil segue liderando o ranking dos homicídios contra a população LGBTQIAPN+. Essas mortes se caracterizam com a ausência da população no mercado de trabalho, na política e nos espaços de poder. Assim, ao longo das mais de duzentas páginas, ‘Lesbiandade’, faz coro à luta da população LGBTQIAPN+, pelo direito de existir com dignidade. Se junta com as produções teóricas e desobedientes contra as histórias mal contadas sobre nós", salienta.
Cenário
De acordo com o estudo “LesboCenso Nacional: mapeamento de vivências lésbicas no Brasil”, que ouviu 22 mil mulheres lésbicas no país ao longo do ano passado, 79% das entrevistadas já sofreram algum tipo de lesbofobia. As práticas mais comuns são assédio moral, sexual e violência psicológica.
A pesquisa, realizada pela Liga Brasileira de Lésbicas em parceria com a Associação de Lésbicas Feministas de Brasília - Coturno de Vênus, constatou que o preconceito também interfere no tratamento de saúde dessas mulheres. Os dados mostram que 25% delas já passaram por discriminação em atendimento ginecológico e 73% relatam sentir medo ou constrangimento em falar, durante as consultas, que é lésbica.
Mulheres negras e lésbicas são as mais prejudicadas
O estudo realizado pela consultoria “Mais Diversidade”, a fim de mapear o perfil da comunidade LGBTQIAPN+ no mercado de trabalho, mostrou que 54% dos entrevistados não sentem segurança para falar abertamente sobre orientação sexual ou identidade de gênero no ambiente profissional. “Muitas de nós usam a estratégia do silêncio sobre a sua própria identidade lésbica como mecanismo de proteção para evitar violências nesses espaços. As Lésbicas Negras que não performam uma feminilidade hegemônica são as mais prejudicadas, porém, estamos fadadas à sobrevivência do subemprego”, comenta Dedê Fatuma.
Para ela, o mercado de trabalho formal ainda é um fator extremamente difícil para as mulheres lésbicas, pois as que estão inseridas enfrentam obstáculos tanto quanto as que não conseguem se colocar devido à orientação sexual.
Programe-se
Quando: 30 de agosto (quarta)
Onde: Casarão da Diversidade
Horário: 14h
Valor: De R$ 29 a R$ 36
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