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NO ARTIST'S VALLEY

Baiano Hugo Canuto lança novo volume de "O Conto dos Orixás" na CCXP23

Em sua 5ª edição, a série adapta narrativas de tradição oral afro-brasileira e de raiz iorubá para quadrinhos

Por Franciano Gomes e Bianca Carneiro*

03/12/2023 - 20:55 h | Atualizada em 04/12/2023 , 5:34
Hugo Canuto e sua companheira receberam o público na mesa do artista na CCXP
Hugo Canuto e sua companheira receberam o público na mesa do artista na CCXP -

Famoso por recriar uma famosa capa da HQ "Os Vingadores", da Marvel, desenhada por Jack Kirby, trocando os famosos heróis da editora por divindades das religiões afro-brasileiras, o quadrinista baiano Hugo Canuto participou de mais uma edição da CCXP23, trazendo a graphic novel "Contos dos Orixás". Figurinha carimbada no Artist’s Valley, ele aproveitou para lançar o novo volume da história, intitulado de "O Rei do Fogo".

Em sua quinta edição, a série adapta narrativas de tradição oral afro-brasileira e de raiz iorubá, nagô, para o formato contemporâneo dos quadrinhos. Canuto destacou o árduo trabalho de quase 10 anos dedicados à pesquisa para levar este universo às páginas.

“É uma nova impressão, com um novo formato, e começamos a temporada de lançamentos com o Rei do Fogo, que é o novo volume dessa série [...] É um trabalho que já tem sete anos de pesquisa, de dedicação, de entrega, para construir, para adaptar esse universo rico, vasto e com muito respeito e cuidado para um público mais amplo”, afirmou ele ao Portal A TARDE.

E os orixás parecem ter mesmo chegado com tudo ao mundo das HQs. Outro ilustrador que segue com esta temática é o paulista Alex Mir. Ele, que é amigo e fã do trabalho de Hugo, também ganhou o Troféu HQ Mix de 2010 na categoria Roteirista revelação e em 2018 e 2019 na categoria Publicação Independente de Grupo por “Orixás - em Guerra” e "Orixás Renascimento", respectivamente.

“Eu cresci lendo gibis de super-heróis. Então, era muito natural que eu fizesse gibis de super-heróis. E numa dessas, em um grupo, eu coloquei um orixá, que era o Ogun. E eu queria fazer um arco de histórias baseado no Ogun para esses grupos de super-heróis e comecei a pesquisar, isso foi lá em 2006, 2007. E aí, quando eu li o primeiro Itan, a primeira lenda iorubá, eu me apaixonei, e aí eu falei: ‘cara, isso dá quadrinho’”.

De uma revista que chamava Orixás, da editora Minuano, o artista fez uma adaptação da lenda para quadrinhos e rendeu a publicação de três histórias. A partir daí, começou a carreira de quadrinista estando hoje no oitavo volume. O trabalho de Mir aborda toda a cosmogonia africana, desde a criação dos deuses até a criação da terra.

"De todas as minhas obras, a ‘Revolta dos Eguns’ é a que eu mais gosto, é uma história que está na minha cabeça há muito tempo. Assim, eu não sou nem umbandista, nem candomblecista, eu sou estudioso, então, eu costumava traduzir basicamente os Itans pro quadrinho. Hoje eu me sinto seguro para criar histórias e inserir os Itans no decorrer da narrativa. Então, ela é a que eu mais gosto em termos de narrativa, de história".

O quadrinista Alex Mir também leva as divindades africanas para os quadrinhos
O quadrinista Alex Mir também leva as divindades africanas para os quadrinhos | Foto: Bianca Carneiro | Ag. A TARDE

Para que os artistas mostrem seu trabalho, é importante contar com um espaço que proporcione a visibilidade necessária, como o Artist’s Valley. Em meio à conversa com o Portal, diversos visitantes da CCXP se aproximaram da mesa de Hugo, onde ele e sua companheira explicavam a temática da sua obra e indicava algum dos seus volumes, a depender de qual fosse a intenção do leitor.

"A gente vem para a CCXP pela 9ª edição, esse ano é um ano muito interessante porque são 10 anos do evento, é um evento de diversidade, para quem ama cultura pop, quadrinhos, arte, séries, filmes. Então, é muito interessante estar aqui, é um público diverso, do Brasil todo, do mundo todo", celebra o baiano.

*De São Paulo

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Tags:

CCXP23 Diversidade hq marvel Orixás quadrinhos

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