CELEBRAÇÃO DA LITERATURA
Com homenagem a Mãe Stella, FLIPELÔ é lançada em Salvador
Evento começa em 9 de agosto e termina no dia 13 do mesmo mês
Foi lançada oficialmente, na manhã desta quarta-feira, 19, a sétima edição da Festa Literária Internacional do Pelourinho (FLIPELÔ). O evento, que tem a escritora e ialorixá Mãe Stella de Oxóssi como homenageada, começa em 9 de agosto e termina no dia 13 do mesmo mês.
Voltando às suas primeiras realizações, a FLIPELÔ voltará a acontecer na semana que marca o aniversário do escritor baiano Jorge Amado, no dia 10 de agosto. De acordo com a organização, nos cinco dias do evento são esperadas cerca de 200 mil pessoas pelos espaços ativados do Centro Histórico, que vão da Praça Municipal até o Santo Antônio Além do Carmo.
Estes locais vão abrigar a programação oficial da festa e também a 'FLIPELÔ+', uma programação paralela realizada pelas instituições estabelecidas no Centro Histórico. Ao todo, somando tudo, bares, restaurantes, lanchonetes, lojas, galerias de arte e ateliês, serão 105 estabelecimentos envolvidos.
Segundo a diretora da Fundação Casa de Jorge Amado, Ângela Fraga, a edição deste ano será mais madura para abraçar de maneira mais ampla o público jovem.
“A comunidade do Pelourinho abraça a FLIPELÔ, eles mesmos promovem atividades em seus espaços, produzem a rota gastronômica, é algo que só fez crescer porque é um evento que fomenta o Centro Histórico e traz a literatura para a pauta, já que o Pelourinho é de muita musicalidade e a literatura está aliado a música [...] A novidade maior é agregar o adolescente, tem muito público jovem envolvido esse ano pra gente é um ganho isso, era uma lacuna de como atingir o jovem ainda mais tempo de tecnologia”, diz ela, que destaca o espaço da Vila Literária onde escritor e público podem compartilhar experiências.
Para Arthur Sampaio, o presidente da Fundação, o evento celebra a memória de Jorge Amado. “É o mínimo que a gente pode fazer pela memória de Jorge, por tudo o que ele fez pela Bahia e pelo Brasil. Ele deve estar muito satisfeito e nos ajudando lá de cima”. Um dos méritos do evento, de acordo com o gestor, é o comprometimento dos organizadores. “A equipe se mobiliza e eu tenho até que sugerir para diminuir um pouco o ritmo”, confessa.
Presente no lançamento, Kelsor Fernandes, presidente da Federação do Comércio do Estado da Bahia (Fecomércio-BA), comemorou o momento vivido pela cultura no estado. A instituição, que recentemente reabriu o Teatro Sesc da Casa Comércio, também é uma das patrocinadoras da FLIPELÔ.
“Esse é o momento que a gente pode mostrar para a Bahia a literatura do nosso estado [...] No que eu puder dedicar forças para poder desenvolver a cultura, o setor de eventos da Bahia, eu farei. Tive a oportunidade de inaugurar o teatro, que hoje é um patrimônio da cidade de Salvador e do estado da Bahia. A FLIPELÔ é, para mim, uma das maiores feiras literárias do Brasil”, afirmou.
Pelourinho é espaço de arte
Alvo de debates devido aos casos de violência, o Pelourinho, como espaço da FLIPELÔ, foi plenamente defendido pelos organizadores. Gilson Nascimento, diretor de programas sociais do Sesc Bahia, destacou que a expectativa para a sétima edição é grande e que o Centro Histórico está totalmente encaixado na feira literária.
“As expectativas são as melhores possíveis, de receber e acolher esse público, a comunidade soteropolitana e todas as demais que vierem, de um jeito que o baiano sabe fazer para mostrar o que é nossa tradição, a nossa cultura. E trazer um pouco mais de arte literária que é tão carente de opções na nossa cidade, nosso estado [...] O Pelourinho fala por si só, toda esta tradição que o baiano tem, e homenageando neste ano, Mãe Stella de Oxóssi, que fala muito sobre a nossa tradição afro-brasileira, é tudo uma festa”, aponta.
Acompanhando o lançamento da festa, o secretário de Cultura do Estado, Bruno Monteiro, celebrou o retorno dos eventos culturais à capital baiana e rechaçou críticas sobre segurança pública no Pelourinho.
“Olha a cultura do Brasil voltou depois de anos muito nebulosos de perseguição e retrocesso. Então nós temos retomado os espaços. A cultura é feita de símbolos, da ocupação dos lugares, sobretudo do espaço público. Isso é muito importante porque vai mostrando que a cultura não é restrita a um determinado público que frequenta o teatro, o cinema, o museu. A cultura é para todas as pessoas, ela é a valorização das nossas identidades das nossas histórias”, explicou.
“O Pelourinho, especialmente, receber uma festa literária como essa, tem um significado muito especial, porque muito se discute se o Pelourinho tem problemas de segurança, de polícia, tentando reduzir ou como se o Pelourinho fosse um caso de polícia. O Pelourinho é um caso de cultura, de arte, de vida [...] A FLIPELÔ sintetiza aquilo que nós acreditamos para o Centro Histórico que é a necessidade de cada vez mais ocupação de vida e de arte”, enfatiza.
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