LITERATURA
Emmanuel Mirdad lança novo livro de contos

Por Chico Castro Jr.

Um dos idealizadores e organizadores da Festa Literária de Cachoeira (Flica) - o escritor e produtor cultural Emmanuel Mirdad lança na terça-feira seu terceiro livro, O Grito do Mar na Noite, pela editora itabunense Via Litterarum. Segundo volume de contos após Abrupta Sede, de 2010 (Nostalgia da Lama, de 2014, trazia só poemas), O Grito do Mar na Noite traz dez contos, posfácio de Mayrant Gallo e orelhas de Márcio Matos.
O título faz referência a três livros do escritor baiano Hélio Pólvora (1928-2015): O Grito da Perdiz (1983), Mar de Azov (1986) e Noites Vivas (1972). A homenagem se estende com trechos pescados dos livros de Pólvora, o qual Mirdad considera como seu mentor, introduzindo cada conto.
"Tive a sorte de o Hélio ler este livro antes de falecer (em 26 de março). Ele me disse que gostou", afirma Mirdad.O escritor vê o lançamento deste livro como etapa vencida para atingir um objetivo: "Com esses contos eu faço uma nova ficção, que é o que eu quero fazer em literatura mesmo: me especializar como autor de ficção. É o primeiro passo para chegar ao meu objetivo de escrever romances", explica.
Tipos universais
Segundo volume de uma trilogia de livros de contos, o escritor de 35 anos incompletos diz já ter o terceiro volume pronto: "Chama-se Paisagem da Insônia e sai daqui a alguns meses. Aí eu fecho minha relação com contos. Agora parto para escrever romances. Questão de foco, mesmo".
Mesmo dando adeus à narrativa curta por enquanto, Mirdad cita seus autores favoritos do gênero: "Gosto muito dos contos de Anton Tchekov, Guy de Maupassant, Dino Buzatti. Na Bahia, eu gosto de Hélio Pólvora e Mayrant Gallo". Ultra-contemporânea em temáticas e estética, a produção de Mirdad em O Grito do Mar na Noite aborda uma gama bem familiar de personagens urbanos.
Há o putão de academia com tendências homossexuais ocultas (no conto Bonecas), a mulher de meia idade que nunca teve orgasmo (Assexuada), o idoso que é abandonado pela filha em um hospital (Chá de Boldo) e até uma narrativa-painel, na qual uma situação leva a outra, refletindo um caos social bem soteropolitano (O Banquete). "São tipos que poderiam estar em qualquer lugar, mas estão aqui em Salvador", conclui Mirdad.
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