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Escritoras enaltecem a Flipelô e falam sobre seus lançamentos

Autoras lançaram livros e quadrinhos e participaram de atividades para o público

Publicado sexta-feira, 11 de agosto de 2023 às 19:44 h | Autor: Bianca Carneiro e Edvaldo Sales
A escritora Flávia Ferrari
A escritora Flávia Ferrari -

A sétima edição da Festa Literária Internacional do Pelourinho (Flipelô) segue a todo vapor. Nesta sexta-feira, 11, o Portal A TARDE esteve no segundo dia oficial do evento, que acontece no Centro Histórico de Salvador, e conversou com duas escritoras que enalteceram a festa e falaram sobre seus lançamentos.

Poeta e escritora, Flávia Ferrari é também professora de crianças na rede pública de São Paulo. Apaixonada pela arte da escrita e pelo poder das palavras, ela compartilha sua paixão com os alunos, incorporando a literatura em disciplinas como matemática.

Desde a adolescência, Flávia Ferrari tem explorado a escrita em várias formas, com uma afeição especial pela poesia. A estreia foi com a obra "Meio-fio, poemas de passagem". Na Flipelô, ela lançou seu segundo livro, intitulado “É tudo ficção”. “É um livro de poesia para brincar justamente com esse lugar da ficção nas nossas vidas, fala muito sobre relacionamentos, sobre amor, sobre separação”.

Longe de ser apenas o local de lançamento do seu livro, Flávia ressalta a importância da Flipelô. Para ela, a festa é um evento diversificado e emocionante que vem contribuindo para a formação de cidadãos críticos e leitores ávidos.

“Ela [a Flipelô], de cara, já é de arrepiar, porque acontece no Pelourinho, né? Que é um lugar tão simbólico para a história do Brasil. É uma festa muito diversa e eu pude notar muitas crianças e jovens, eu acho que isso é fundamental para formação de cidadania, para formação de leitores e leitoras”, aponta.

Uma das participantes do bate-papo “Essa literatura é massa!”, a ilustradora e quadrinista Flávia, a Faw Carvalho, está prestes a lançar, em outubro, o quadrinho "Solitude". Ela é autora de "Sereinha", história inspirada nos pontos de umbanda, que fez questão de divulgar na mesa da Flipelô.

“Eu fiz uma pesquisa, teve muito diálogo para a criação do roteiro. E aí ele conta uma história pequena mesmo para celebrar a cultura afro-brasileira, então é uma personagem que é um erê. Que ela é criada por Iemanjá, então ela passa por algumas situações para receber o presente do nascimento dela, que é um presente da natureza. É uma leitura que é feita para a infância. Assim, para todas as infâncias”, conta ela.

A ilustradora Faw Carvalho
A ilustradora Faw Carvalho |  Foto: Edvaldo Sales | Ag. A TARDE
  

“Eu trouxe também ilustrações minhas, em formato de pôster mesmo, para compartilhar. É a primeira vez que eu estou passando na Flipelô e eu estou achando fantástico”, diz ela, que é natural da cidade baiana de Jequié, e já chegou até a dar aula de quadrinhos.  

Flávia conta que seu trabalho é marcado pelo fantástico e pela imaginação, um traço que ela traz da família. “Eu fui uma criança que cresceu ouvindo a história dos mais velhos. A gente sempre estava ouvindo lendas, mitos, então isso acaba me inspirando muito. Eu gosto muito de brincar com esse imaginário, mas eu também gosto muito de trabalhar com a representatividade, então você sempre vai encontrar personagens negras, eu sempre estou trabalhando com a infância negra”.

E por falar em representatividade, Flávia diz que enxerga muita potência na Flipelô, especialmente pela capacidade de dar visibilidade a artistas e temáticas tão diversas.   

"A Flipelô é um espaço potente, eu sempre valorizo as feiras, porque é o momento em que os autores, os artistas, eles podem ter acesso mesmo ao público, expandir mais, porque às vezes eu sinto que a gente fica um pouco preso nessa coisa da rede social, ou então no círculo editorial, então, é uma forma da gente se conectar mesmo com a cidade”, aponta ela, que também participa da festa pela primeira vez.

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